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À conversa com o autor de “Perguntem a Saaah Gross”

 

João Pinto Coelho esteve à conversa com leitores no evento literário dinamizado pelo escritor Carlos Nuno Granja, sobre o livro “Perguntem a Saaah Gross”. Uma obra que nos dá a conhecer a cidade que se tornou o mais famoso campo de extermínio da História e que, como começou por afirmar Carlos Granja, “o João merecia casa cheia! Vamos encher a casa com a nossa conversa, com a ajuda de muitos que já leram o livro”.

Professor de Educação Visual no Agrupamento de Escolas de Valpaços, João Pinto Coelho que nasceu em Londres em 1967 e licenciou-se em Arquitetura em 1992, partilhou na 34ª tertúlia do “À Palavra” no Museu de Ovar na sexta-feira (dia 30 outubro), o processo da longa construção da sua obra que foi finalista do prémio Leya em 2014. Um romance, que, como expôs, acabou por ser o resultado de experiências profissionais que o levaram a integrar duas ações do Conselho da Europa que tiveram lugar em Auschwitz (Oswiécim), na Polónia, em que trabalhou com diversos investigadores sobre o Holocausto.

Experiência enrequecida e aprofundada com um projeto escolar (Área de Projeto 12º ano) que envolveu alunos portugueses e polácos, que o levou de novo à Polónia e às ruas de
Oswiécim, bem como aos campos de extermínio. Pesquisa que funcionou como “trabalho prfeliminar”, com que João Pinho Coelho deu forma de romance com testemunhos reais de sobreviventes com quem falou durante todo este processo de investigação, na sequência do qual tem realizado diversas intervenções públicas, como a da conferencia internacional Portugal e o Holocausto em 2012.

Admitindo que escrever ficção, “ficou-se pelos bancos da escola nas redações”, o autor adiantou que, “comecei a fazer esboços de ideias, e dei por mim a escrever um livro”. Um projeto que vinha trabalhando há 30 anos pelo interesse da investigação sobre Auschwitz, que ganhou forma na escrita romanciada à cerca de cinco anos, e aí, “tive noção que a história merecia ser contada”. Por isso, também assumiu que, “não tenho ideia para outro livro, nem faço ideia se vou escrever outro livro”.

O livro “Perguntem a Sarah Gross” já na 3º edição, é o seu primeiro e único romance cuja editora chegou a admitir parecer uma tradução de alguma obra literária americana, o que fez o escritor, que viveu nos Estados Unidos onde trabalhou nomeadamente num Teatro profissional, mas como técnico de som e luzes, recear, “que houvesse algum preconceito da crítica, mas não!” concluiu o escritor, que escolheu contar “uma história que ainda não
estava contada” ou seja, “mostrar Auschwitz antes da ocupação”. Uma história que emocionou leitores que participaram nesta tertúlia procurando respostas do autor à dureza de alguns relatos do livro, que insistiu serem episódios verdadeiros, porque a sua opção foi, “falar de Auschwitz com o máximo de rigor para se dizer o que ali se passou há 70 anos” .

José Lopes

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