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Museu baptiza sala com nome do fundador José Augusto de Almeida

O Museu de Ovar aproveitou a inauguração de “Percurso”, mostra que reúne desenhos e aguarelas do artista autodidata de Ovar, José Maia de Almeida (Zé Maia), para inaugurar uma sala com o nome de seu pai, José Augusto de Almeida, fundador e primeiro director do Museu de Ovar.

Uma homenagem que fez reavivar a memória do empenho e entusiasmo decisivo de José Augusto de Almeida na fundação do Museu de Ovar e na angariação de obras de artes de grandes artistas, ceramistas e pintores, que enriqueceram o seu valioso espólio, como lembraria Manuel Cleto.

A iniciativa surpreendeu todos os presentes e deixou Zé Maia visivelmente emocionado, com palavras embargadas: “O meu pai estará muito satisfeito pelo trabalho desta direcção”.

“Esta casa diz-me muito”, continuou, recordando ainda que, para si, “esta foi uma segunda casa”, porque desde a sua infância lá acompanhou o seu pai, e foi em sua memória, quando passam 20 anos do seu falecimento, que desabafou, que tal como era desejo do pai, gostava que, mesmo de forma temporária, o Museu disponibilizasse uma sala com mostras de artes e tradições, com destaque para trajes e diferentes profissões antigas (pescador, ferreiro ou oleiro).

Ainda em memória de seu pai, Zé Maia fez questão de deixar a todos os presentes, nomeadamente à Câmara Municipal de Ovar, o desafio para que se faça algo no sentido de se preservar a memória e o contributo para a cultura deixado por José Augusto de Almeida, para além naturalmente do que compete ao próprio Museu de Ovar.

Muitos se recordam que era José Augusto de Almeida quem ia à Brasileira, a Lisboa, falar com os artistas que paravam muito por lá. O Jorge Barradas era um deles. “Ele tem ascendência em Ovar e dizia ao Lapa: ‘Olha que tens de oferecer peças ao Museu de Ovar, ouviste?’ Por isso, também temos muita obras do Barradas”, explicou Manuel Cleto.

Naquele tempo, José Augusto de Almeida ia a Lisboa nos camiões do F Ramada e lá se encontrava com os artistas, com quem fazia amizade. Trazia então as obras para Ovar, nos mesmos camiões, muito bem acondicionados, “pois só assim se compreende que tenham chegado sãos e salvos de viagens longas como eram naquele tempo”.

Ainda este ano, o museu vai preencher as três salas de exposições temporárias com arte africana, entre 15 de julho a 15 de setembro. “Vamos fazer uma homenagem ao comércio de Ovar (Casa Costa), aos industriais com a bicicleta da MUD, ao Hotel Meia Lua que nos hospeda os convidados a custo zero, e ao Pão-de-Ló São Luiz”. “No verão, os turistas não querem ver pinturas, pois também as têm na terra deles, mas as coisas de cá e assim nasceu a ideia”, adiantou o director do Museu de Ovar.

A exposição de Zé Maia fica patente até 7 de maio.

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