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Cantar dos Reis estreia novos espaços da cidade

As Troupes de Reis já afinaram as vozes e ultimaram os ensaios para recomeçarem as visitas às casas particulares, centros de solidariedade, cafés, restaurantes e demais centros de ócio da urbe vareira a entoar cânticos ao Menino Jesus.

Este ano, a Câmara Municipal de Ovar, a quem incumbe a organização do tradicional encontro de troupes, vai introduzir novidades no figurino do programa, aproveitando dois espaços recentemente inaugurados na cidade.

Assim, em 2014, as apresentações das Troupes de Reis vão decorrer no Salão Nobre da Câmara Municipal de Ovar, Espaço Empreendedor e Centro de Artes e Ofícios.

As troupes infantis vão apresentar-se no Centro de Arte de Ovar. 

Em todos os casos, os bilhetes deverão ser levantados no Centro de Arte, entre 2 e 6 de Janeiro, de acordo com a lotação até um máximo de dois bilhetes por pessoa. 
  
O Ano Novo traz sempre uma das maiores tradições de Ovar – o Cantar dos Reis. Mas antes de saírem para a rua é preciso compor a música, escrever as letras e ensaiar.

Note-se que as exibições das Troupes são anteriormente ensaiadas, sendo utilizado um variado naipe de instrumentos (violão, bandolim, banjolim, bândola e violino), onde o desempenho vocal assume uma grande importância, manifestando-se em belas exibições de coros e solistas.

Depois do périplo, as duas dezenas de troupes têm marcado o encontro, este ano, em vários espaços da cidade, uma oportunidade única para apreciar as mais belas canções evocativas desta ocasião festiva, mas que há quem diga que pode provocar confusão.

Na verdade, as bases históricas e etnográficas da Epifania – festividade católica na qual se homenageiam os Reis Magos e a sua adoração a Jesus –, vêm desde há longos séculos.

E se por todo o país, principalmente nas Beiras e no Minho, se cantam as “Janeiras”, em Ovar essa tradição foi assumindo um cunho muito próprio e original, evoluindo da cantilena repetitiva dos “Santos Reis, Santos Coroados”, acompanhada pelo “simples tanger dos ferrinhos”, até uma maneira muito própria, cujo aparecimento se localiza no ano de 1893, o que a torna numa tradição secular em Ovar.

O “Cantar os Reis” em Ovar surgiu de forma espontânea, com as Troupes imbuídas de um saudável amadorismo, integrando indivíduos de diferentes níveis sociais, económicos e intelectuais, exigindo, no entanto, um mínimo de qualidade interpretativa e melodiosa.

Uma outra curiosidade bastante interessante é que todas as músicas, que são interpretadas em jeito de balada, têm letras inéditas e músicas inéditas ou adaptadas.

O repertório, renovado ano após ano, é constituído habitualmente por três trechos: o primeiro – “A Saudação” (onde é louvada a Noite Santa dos Reis e são saudados os presentes), o segundo – “A Mensagem” (onde se celebra o nascimento de Jesus e os seus ensinamentos), e o terceiro – “O Agradecimento” (onde, num tom muito mais ligeiro, são pedidas as habituais ofertas e é agradecida a hospitalidade).

Quando saem para as noites frias, as Troupes de Reis além de espalharem a boa-nova, recolhem donativos em muitos locais da sua passagem. Estes destinam-se tradicionalmente a fins caritativos e/ou sociais, excepção feita às boroas do Pão-de-Ló e às garrafas de vinho do Porto (e outras) que adoçam o paladar e alegram as jantaradas que habitualmente põem fim às festividades.

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