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Augusto Arala Chaves apela à câmara para salvar estádio

Escritura está marcada para hoje após venda judicial

Augusto Arala Chaves, histórico presidente da Ovarense basquetebol, apelou à Câmara Municipal de Ovar para não deixar o Parque Marques da Silva cair na mão de “especuladores imobiliários”.

Falando de improviso numa cerimónia em que foi alvo de uma homenagem pelo Rotary Club de Ovar, o causídico vareiro deixou o coração falar mais alto e não escondeu “a mágoa que sinto por ver que o Parque Marques da Silva, onde se englobava a minha “Caixinha de Fósforos”, como carinhosamente me referia ao Pavilhão Raimundo Rodrigues, pode vir a desaparecer”. Aproveitando a oportunidade, fez um “apelo veemente à Câmara Municipal de Ovar no sentido de ver se ainda vai a tempo de obstar a que a venda se consuma e se não for, que comece já a preocupar-se com a reversão do negócio, para que rapidamente volte para as mãos da Associação Desportiva Ovarense”.

“Para grandes males grandes remédios”, sublinhou, por entender que, “em situações destas, não podemos ficar por aquilo que é politicamente correcto, ou seja, por apenas fazer cumprir os regulamentos, adquirindo os tais 50% previstos para qualquer aquisição desportiva”.

Augusto Arala Chaves, que hoje integra o Conselho Superior do Ministério Público, pensa que, “num caso como este, é necessário ir mais além disso”, defendendo que “é preciso fazer tudo o que estiver ao alcance, pois é um caso de vida ou de morte”. De forma a tornar o seu pensamento mais perceptível, lembrou que “quando leva um doente ao hospital, a ambulância não faz uma condução politicamente correcta. Por vezes, e com consentimento de todos, e desde que não ponha em causa a segurança das pessoas, ultrapassa linhas contínuas, se for preciso invade um passeio e passa por sinais que, em princípio, não passaria, para salvar uma vida”.

Portanto, “é imperioso que a Câmara Municipal não se fique apenas por aquilo que são os regulamentos. Há que encontrar soluções”. No entusiasmo próprio do improviso, alertou que “a imagem política da autarquia vai ficar ligada aquilo que decidir fazer ao Parque Marques da Silva, porque a comunidade vareira está 99% solidária com o que eu digo”.

Ao Diário de Aveiro, o presidente que “deu” 23 títulos nacionais à Ovarense Basquetebol frisa que “esta câmara está realmente empenhada em ajudar e não tem culpa que algumas direcções da Ovarense não tenham sido sérias”. Mas também reconhece que “a actual direcção não tem culpa nenhuma e que tem feito um excelente trabalho para limpar a imagem do clube”. “O meu apelo não é uma crítica, é um pedido para ir um pouco mais além, porque este é um caso de força maior”, concluiu.  Recorde-se que a escritura do estádio deve acontecer hoje, após venda judicial no âmbito do processo de insolvência do clube vareiro.

“Quando cheguei ao jantar, não ia a pensar referir-me a este assunto, mas o que disse correspondeu ao meu estado de alma e mantenho tudo”, aliás, na senda do que foi dito nos restantes discursos de Manuel Catalão, ou Domingos Silva.

“O Marques da Silva tem uma história quase centenária e foi integrado no património através de um benemérito que estaria muito longe de pensar que algum dia isto poderia acontecer. Se tivesse antecipado este cenário não deixaria de encontrar uma forma jurídica de garantir que isto não sairia do património do clube”, sustenta.

A Câmara comparticipar com 50% não resolve, pois que adianta ajudar um “pelintra se ele não tem o resto do dinheiro; é lavar as mãos como Pilates”. “Sei que esta câmara está realmente empenhada em ajudar e que não tem culpa que algumas direcções da Ovarense não tenham sido sérias”. Augusto Arala Chaves vinca que este é “um apelo, não é uma crítica, é um pedido para ir um pouco mais além, porque este é um caso de força maior. Mas a comunidade também tem que ajudar”.

(Artigo de Luís Ventura, no Diário de Aveiro)

 

 

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