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O que é que está a acontecer com Ovar? – Por Adriano Almeida

“- O que é que está a acontecer com Ovar?” Comentei eu na página de “Facebook” do “OvarNews” quando li sobre o encerramento do restaurante “Paradise”.

Porque é que está tudo a fechar? Será só em Ovar? Será este o retrato do país? Serei eu, que tenho a idade a passar e não dou conta?”

Com todas estas questões por mim levantadas, dei por mim a vaguear…

Nasci, cresci e me fiz homem nesta cidade. Enquanto nela vivi, usufrui dos seu encantos, corri as ruas e esquinas, de dia e de noite. Sinto saudades, pois a vida profissional fez-me separar dela… mas mato-as assiduamente, e assim vou recebendo notícias suas, ou até pelas redes sociais.

Nas memórias que trago comigo, os bons momentos em vários estabelecimentos entretanto também extintos.

Os discos que ouvi na discoteca “O Mundo da Música”, e por falar em discotecas, as festas de final de ano lectivo na Greeny, na “Rainbow”, na “Fénix”, e na “Pildrinha”. A corrida aos livros e materiais escolares da “Papelaria Carvalho”. As fotos do carnaval no “Estudio Almeida”, o meu leitor de CD’s que comprei na “Marimar”. O material de electrónica que comprei no “Electro Faisca”, e o filmes dos clubes de video “Aflopes” e do “Zip”. Os carrinhos que me compravam na “Casa Coelho/Sebe”.

As francesinhas do “Capim”, as passagens de ano e carnaval no “Progresso (Furadouro)”, e as parrilhadas no “Gaivota”. Vale a pena falar no “Vela Areinho”?…
O pão-de-ló que comprava no “S.Luiz”, os cachitos, amenteigados e as mariazinhas da “Flor de Ovar”, e o primeiro “pão-quente” “Cristally” no Furadouro. As compras de última hora nos “Vieiras”, e as mercearias em frente à Junta, e a do Sr. Abílio que ficava em frente aos Correios novos (aos Correios velhos também fui muitas vezes).

E o “Teatro Ovarense” onde ensaiei algumas peças com a turma de artes para a abertura do carnaval. O “Cine-Teatro” onde actuei, vi filmes, festas… que saudades! (ficou por fazer a visita guiada ao edifício pela mão do Sr. Marino).

O que não deixou saudades mas faz muita falta, são as “Urgências do Hospital de Ovar” onde curei tantas e tantas amigdalites.
Haverão certamente mais lojas e locais que nos deixam saudades, mas na realidade é que sempre foi assim. As lojas, assim como as pessoas não duram para sempre, e os tempos mudam, as tendências também, as gerações seguintes têm outras opções de escolha e de modo de vida.

Logo a continuidade destes espaços ficam em risco. E se juntarmos a estes factores a conjuntura económica dos últimos 10/15 anos…

Portanto é normal que as lojas que frequentei há 20/30/40 anos encerrem… porque a idade e o tempo passam e com a azáfama da nossa vida, não damos conta!

Resta-nos contar às novas gerações, como fomos felizes nesses sítios, e aproveitar para visitar os que ainda estão a funcionar, porque num futuro não muito longínquo, terão o seu fim (em Ovar poucas ou mais nenhuma teve dois séculos de história como o S.Luiz).

Adriano Almeida (Ovar)

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