Opinião

“AGIR na Escola Secundária de Esmoriz”

Eu, Emanuel Silva Oliveira, desde sempre residente em Esmoriz, sempre defendi os interesses da minha cidade.
Apresento-me hoje perante vós como Presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Esmoriz, eleito pelos alunos da mesma escola; e é nessa qualidade que aqui os represento. O motivo que me trouxe cá esta noite será não só a necessidade, mas também a urgência de AGIR, ATUAR, na Escola Secundária de Esmoriz.
A nossa escola, um edifício inaugurado em 1988, apresenta várias anomalias que comprometem a nossa segurança e o nosso bem-estar.
E ”porque mais vale prevenir do que remediar!” pretendemos alertar esta assembleia para essas falhas, com o principal objetivo de prevenir qualquer ocorrência desagradável. Para que se evite algo que possa vir a ter resultados trágicos.
Explicar-vos-ei, então, a rotina diária dos alunos da Escola Secundária de Esmoriz.
Acessos à escola:
•  Nós, para chegarmos à escola, temos obrigatóriamente de percorrer 2 vias – ou R. Estrada Nova ou a R. da Casela. Ora, os passeios nessas ruas não são contínuos. Se quisermos, percorrer o nosso caminho a pé, pelo passeio, temos constantemente de atravessar a rua – isto, na R. da Estrada Nova que, por acaso, é uma das principais vias de acesso à cidade de Esmoriz, onde o tráfego rodoviário é muito intenso, inclusive pesados que se dirigem ao centro da cidade. Na Rua da Casela praticamente não existem passeios, o que nos obriga a caminhar pela estrada onde circulam os automóveis, as motas, as bicicletas e os autocarros que transportam os alunos.
  Aliás, o autocarro que, de manhã, transporta os alunos à Esc. Sec. para justamente onde não há passeio nem sinalização de paragem de autocarro. É um perigo iminente e só a sorte tem impedido um acidente grave.
 Relativamente ao funcionamento das aulas nas salas, existem vários e fortes fatores que não são favoráveis ao processo de aprendizagem:
• a chuva que entra em algumas das salas devido a infiltrações ( ex. sala 19);
• o frio extremo sentido no início da manhã e ao longo do dia, no Inverno, onde não podemos ligar aquecedores elétricos (ou porque não funcionam ou porque se os ligarmos as tomadas elétricas deixam de funcionar);
• As intermináveis filas de formigas que entram nas salas do rés-do-chão (e no refeitório) através de pisos que se têm vindo a abater. No refeitório, também é visível o abatimento do piso. Posso referir, a propósito, que o abatimento dos pisos não é uma questão recente. O bloco D já foi objeto de obras nos finais dos anos 90.
A brincar, a brincar … já lá vão cerca de 20 anos.
• Também a rede Wifi é de tal forma lenta que afeta o ritmo das aulas, numa era digital e dos manuais interativos; que nem sempre podemos usar.
São estes acontecimentos que marcam as nossas salas de aula.
 Nós, enquanto alunos, também nos sentimos limitados e inseguros nas aulas de Educação Física. No pavilhão gimnodesportivo, devido a infiltrações de água:
• Em dias chuvosos, torna-se praticamente impossível fazer qualquer tipo de exercício fisico, uma vez que o piso fica sem aderência. É ainda de salientar que o pavilhão apresenta enormes fissuras nas paredes.
 Finalmente, refiro-me às condições dos balneários – frios, e a temperatura da água nem sempre é a mais agradável.
 No espaço exterior, os riscos são de outro tipo.
• O risco de contrairmos lesões devido à enorme presença de gravilha e ao estado de degradação no campo desportivo exterior, que é extremamente elevado. Desta forma, não podemos dar o nosso melhor, quando sabemos que a recompensa mais provável do nosso esforço e do nosso empenho será uma queda e, consequentemente mazelas.
• Nunca esquecendo que em dias de precipitação, torna-se muito díficil transitar ao longo do recinto por se formarem verdadeiros lagos.
É esta a rotina diária de um estudante da Escola Secundária de Esmoriz.
Há poucas semanas atrás, a Associação de Estudantes organizou um Torneio de Futsal no pavilhão gimnodesportivo. A afluência (quer em atletas, quer em espetadores) foi extraordinária.
• Visualizávamos com bom agrado o ambiente espetacular que foi protagonizado nas bancadas que se encontravam completamente repletas de estudantes e professores.
• Ao mesmo tempo, observávamos com o maior desagrado e preocupação o facto de haver uma única porta (no rés-do-chão) para entrada e saída. Tememos pela nossa segurança! Em caso de urgência, a bancada não tem qualquer tipo de saída de emergência, tendo apenas uma escadaria de ligação ao piso inferior.
 Senhores deputados… devemo-nos sentir seguros?
 Devemo-nos sentir seguros ao saber que a própria localização do quadro elétrico geral se encontra dentro de um bloco de aulas? Não cumprindo as regras de segurança?
 Ou devemo-nos sentir seguros sabendo que o sistema de combate a incêndios não está totalmente operacional, uma vez que a chegada de água ás agulhetas está comprometida, apresentando a canalização uma elevada corrusão.
 São estes os requisitos para a segurança dos estudantes?
 Toda esta enumeração de anomalias e falhas, constituí um conjunto de fatores que fazem com não haja um bem-estar no decorrer das nossas aulas e que não permitem que tenhamos aulas mais produtivas.
A nossa escola degrada-se com o passar do tempo… e o tempo não pára! A degradação também não. A nossa escola não é atrativa!
Senhores deputados, se a nossa escola perde… também o concelho de Ovar perde!
a) Ovar tem apenas 3 Esc. Sec.! Uma delas foi já intervencionada pela Parque Escolar. Está fantástica! A outra, a Esc. Sec. Júlio Dinis está em vias de ser intervencionada. E a nossa? E os 650 alunos que a frequentam? Serão alunos de 2ª no concelho de Ovar ?
b) Não queremos também deixar de referir os rankings escolares. Apesar destas condições, e independentemente das polémicas que lhe estão associadas, será importante referir que os resultados obtidos no Ens. Secundário foram, no ano lectivo anterior, os melhores do concelho de Ovar.
 Apesar destas condições, os alunos da minha escola continuam diariamente a esforçar-se e a trabalhar.
 No ano letivo anterior, de acordo com o Ranking elaborado pelo PÚBLICO, em parceria com a Católica Porto Business School, a Escola Secundária de Esmoriz posicionou-se como a melhor escola do concelho de Ovar, na posição 240, com uma média de classificações (10, 58 valores) e acima do valor esperado, num universo de cerca de 522 escolas secundárias, públicas e privadas, que realizaram os Exames Nacionais do Ensino Secundário.
A nossa escola merece ser acarinhada!
Vamos tornar a nossa escola segura! Vamos tornar a nossa escola atrativa!
Nós, jovens, projetamos um bom futuro para as nossas vidas e queremos que a próxima geração tenha tantas ou melhores condições que nós.
Por isso, achamos que temos algo a dizer. Que merecemos ser escutados! Numa sociedade democrata, todos devem argumentar. Dessa forma, que se façam ouvir os jovens!
Vamos utilizar a nossa maturidade e bom-senso. Invés de levantar problemas, vamos apresentar soluções!
Mais uma vez, agradecido pelo vosso tempo. Disse.
Emanuel Oliveira*
Presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Esmoriz (intervenção na AM)
*autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

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