Política

CDS: Raúl Almeida pede a Cristas “ilações políticas” das eleições na concelhia do Porto

O conselheiro nacional do CDS-PP Raúl Almeida exige que a líder do partido tire “ilações políticas” das eleições na concelhia do Porto, enquanto a tendência Esperança em Movimento pede o afastamento do secretário-geral-adjunto Manuel Gonçalves por parcialidade.

A advogada Isabel Menéres Campos foi hoje eleita presidente da concelhia do Porto do CDS-PP, liderando a lista B.

A lista A, que saiu derrotada, era encabeçada pela vereadora na Câmara do Porto Catarina Araújo e integrava o secretário-geral-adjunto Manuel Gonçalves e teve por mandatária a vice-presidente do partido Cecília Meireles.

“Era importante que [a presidente do CDS-PP] Assunção Cristas e os dirigentes envolvidos tirassem ilações políticas deste resultado”, defendeu Raúl Almeida, ‘número dois’ ao Conselho Nacional na lista alternativa à da líder do partido e que encabeçada por Filipe Lobo D’Ávila.

Raúl Almeida disse encarar a eleição de Isabel Menéres Campos como “uma vitória da liberdade e do compromisso com valores e com a cidade”, afastando qualquer aproveitamento de um resultado “que é daquele grupo de pessoas livres, mérito dessas pessoas e sinal de vitalidade do partido”.

Contudo, o ex-deputado por Aveiro considerou que a derrota da lista A é “inteiramente imputável a Assunção Cristas e à sua direcção e secretaria-geral, que desde o primeiro minuto endossaram, apoiaram e dirigiram toda a campanha do Porto, com presença nas listas, apoio e mobilização do aparelho partidário”.

Para o porta-voz da tendência Esperança em Movimento (TEM), Abel Matos Santos, a participação do secretário-geral-adjunto Manuel Gonçalves na lista A viola o seu dever de imparcialidade, considerando que lhe faltam condições políticas para permanecer na secretaria-geral.

“Um secretário-geral adjunto tem de manter um dever de neutralidade, tem de manter-se equidistante, o que não aconteceu nestas eleições. Pode ser legal, mas não é eticamente correto que um secretário-geral adjunto, que tem um lugar de serviço dos militantes, possa tomar partido. Não me parece que tenha condições políticas para continuar”, defendeu à agência Lusa Abel Matos Santos.

Abel Matos Santos considerou ainda que as eleições na concelhia portuense representaram “a maior mobilização dos últimos 20 anos” dos militantes da cidade, saudando “a grande vitória de Isabel Menéres Campos”, mas também a lista derrotada.

“Estas eleições mostraram grande vitalidade de uma enorme participação cívica”, frisou o porta-voz da TEM.

Isabel Menéres Campos venceu por 17 votos, numa eleição na qual votaram 427 militantes do CDS-PP e 46 militantes da Juventude Popular.

Para a Comissão Política registaram-se 227 votos na lista A e 243 na B, somando-se dois brancos e um nulo.

Já para a Assembleia Distrital, a lista A teve 226 votos, menos 14 que a B, que registou 240 (um branco e seis nulos), o que corresponde à eleição de seis delegados da equipa liderada por Catarina Araújo e sete pela de Isabel Menéres Campos.

Fontes ligadas ao CDS-PP que acompanharam as eleições adiantaram à Lusa que para a mesa do plenário houve um empate entre as duas listas, registando-se 234 votos para cada lista, três brancos e dois nulos.

Assim, foram agendadas para 03 de abril novas eleições, mas apenas para este órgão.

O ato eleitoral decorreu ao longo da tarde e início da noite de quinta-feira na Junta de Freguesia de Aldoar, Porto.

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