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Costa entre Espinho e Torreira precisa de alimentação de “elevada magnitude”

O troço de costa entre Espinho e a Torreira precisa de “alimentação artificial de elevada magnitude”, defendeu Celso Pinto, da Agência Portuguesa de Ambiente (APA), durante um workshop realizado em Aveiro sobre “Gestão de Dragagens”.

Membro do Grupo de Trabalho para os Sedimentos que surgiu na sequência do Grupo de Trabalho do Litoral que efectuou uma investigação com enfoque na erosão e gestão do risco costeiro, entre as várias soluções, apontou “a alimentação artificial de elevada magnitude para resolver o problema do desequilíbrio do balanço sedimentar”.

O grupo procurou identificar as reservas de areia que pudessem responder à alimentação (Shots) de elevada magnitude que é necessária em determinados troços da costa prioritários. Ou seja, o grupo procurou identificar os locais onde poderia ir buscar essa areia.

O grupo de trabalho identificou oito células costeiras, “sendo que um dos prioritários a intervencionar seria o troço compreendido entre Espinho e a Torreira – a situação mais atingida pela erosão, onde, nos últimos 60 anos, a costa recuou 250 metros”, com a zona costeira de Ovar em destaque e muita necessidade de alimentação de areia.

Segundo Celso Pinto, “a ideia é fazer a alimentação de dez milhões metros cúbicos de areia de uma só vez para saturar o litoral durante muito tempo, repondo o balanço, fazendo a alimentação dentro e fora de água”.

À data, o único stock existente era o do Porto de Aveiro com um milhão de metros cúbicos de areia média fina. O trabalho concluiu que o esforço de dragagem dos portos pode ir de 2 a 4 milhões de metros cúbicos de areia por ano. “É óbvio que não se vai colocar areia de Viana do Castelo na zona costeira de Aveiro, não tem lógica nenhuma”, esclareceu.

O esforço de alimentação de sedimentos, por si só, não resolve o problema, mas o investigador defendeu que tal “é muito importante para manter o balanço, manter a deriva e alimentar a faixa costeira”.

Todas estas conclusões devem ser avaliadas por um novo grupo de trabalho criado para estudar em pormenor as intervenções futuras de alimentação de elevada magnitude. “As condicionantes são várias: logísticas, operacionais, financeiras e, como é óbvio, têm uma janela temporal limitada. No inverno não se pode fazer nada”.

Para Celso Pinto, “estas operações são exequíveis mas com recurso a fundos externos e não se podem fazer amanhã, tem que esperar algum tempo e tem que ser muito bem planeada”.

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