Opinião

De buraco em buraco – Ricardo Alves Lopes

Muito tenho referido o caminho que Ovar tem feito, com segurança, mas hoje falarei de percalços. Um dos maiores percalços que se pode encontrar num caminho, diga-se.

Hoje, falarei de buracos. Literalmente, buracos. Não entrarei em nenhum tipo de jogo de palavras, para abordar uma temática mais complexa, falarei mesmo de buracos, estradas estragadas. Não sei de quem é a responsabilidade, não pretendo sequer apurá-la, basta-me que este problema, notado em muitas zonas do concelho, seja resolvido.

Não sou apologista da procura incessante de culpados, que é tão comum numa sociedade impregnada pela competitividade desmedida. Acho, inclusive, que o primeiro motivo para termos tantas coisas más, na nossa sociedade, é procurarmos primeiro os culpados e só depois as causas e soluções. Isso não resolve, arranja apenas um rosto para apontarmos a culpa. É isso que desejamos?

Acredito que, para alguns, seja, para mim, porém, não é relevante. A culpa é um assumo natural de quando a situação é resolvida. Portanto, se  a nossa preocupação primária for encontrar soluções, os culpados surgirão por consequência. No entanto, a falta de soluções, na maioria dos casos, faz-nos procurar um culpado, para obrigá-lo a resolver o que não sabemos de que modo pode ser resolvido. É assim. Encontram-se culpados, escasseiam soluções.

E, no Concelho de Ovar, lá continuam ruas e ruas ‘abandonadas’. Numa recta de duzentos metros, em frente a minha casa, necessito fazer todo o percurso em contramão, quando não vêm veículos no sentido oposto, ou andar de cinco em cinco metros com o carro aos pulos. Não se iludam, do lado contrário também existem buracos.

Não sei de quem é a  culpa, não me importa, mas também não sei qual é a solução. Sei é que não podemos ser uma cidade bonita, com eventos interessantes, estruturas inovadoras e  depois falharmos no básico, que são os acessos. Criando uma analogia futebolística, se a nossa cidade fosse um estádio, de que nos valeria ter cem mil lugares sentados, se no lugar do relvado estivesse saibre?

Assim, não tendo solução nem esperando que os culpados se assumam, desejo que este problema seja resolvido. Sou bom de elogios, quando julgo que eles são merecidos, mas também sou bom de críticas, quando as causas nos atingem.

O nosso percurso está a ser brilhante, não deixemos que sejam os pequenos detalhes a estragá-lo.

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]

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