Muitos sacos com roupa, algumas bebidas, pouca comida e gente cansada mas feliz. Era mais ou menos este o cenário que encontrámos, no final da gala deste domingo, que também era um desafio, «Ovar, Vamos Ajudar?», no Mercado Municipal.
“Estamos muito felizes, porque a população de Ovar aderiu e o tempo ajudou”, resumiu Salomé Costa, da organização. Mas do que ela gostou mais foi de confirmar que, “na minha terra, há gente com o coração muito grande”.
As pessoas aderiram muito bem ao longo de todo o dia, nunca faltou animação no palco instalado no Mercado e foi mesmo preciso reforçar os stocks de comida para fazer face à procura em crescendo ao longo do dia.
Aquecidos pela luz do Sol, animados pela música e pela dança imparáveis, os vareiros saíram de casa, emprestando o brilho que a iniciativa, feita festa, pedia.
Em jeito de balanço e com a consciência da missão cumprida, para Nuno Pinto, um dos voluntários que apoiou a iniciativa, “o trabalho não acaba aqui, pois agora, vamos ter que fazer a selecção da imensa roupa que foi oferecida, por exemplo, para a doar às famílias carenciadas”.
Sara Ferreira, também voluntária, estava “sem voz, com dores por tudo quanto é sítio, mas de alma cheia e até um pouco emocionada”. No relato que deixou no Facebook, acrescentou: “Às duas por três, dei comigo com lágrimas nos olhos e a pensar que realmente vale a pena”.
Salomé Costa confirmou ainda que a família síria chegou a Ovar e encontrou este ambiente de festa, já visitou aquela que pode ser a sua futura casa e não se cansou de agradecer … em português.
A Ovar também se deslocou Nuno Félix, responsável pela vinda desta família para Portugal, comentando que “há momentos em que tudo se junta e aqui houve uma combinação fantástica”. “Já sabia que havia muita energia positiva em Ovar, mas as condições que encontrámos, a casa, as escolas, toda esta amizade em torno desta causa, sinceramente, ainda não tinha encontrado em lado nenhum”. Importante também, para ele, é haver “tanta gente pronta a ajudar com donativos e todos acreditamos que se pode fazer mais”. “Creio que esta é uma causa de todos, porque todos somos humanos e merecemos condições dignas para prosseguirmos com a vida”, concluiu.
