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“Por amor de Deus, ajudem Ovar!” – D. Manuel Linda

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, pede uma “discriminação positiva” para o concelho de Ovar, fortemente atingido pelo novo coronavírus. Demonstrando a sua preocupação com o que se passa em particular em Ovar, concelho da diocese do Porto, D. Manuel Linda afirma que essa discriminação deve ser notada “especialmente a nível da realização de testes de despistagem do coronavírus”.

“Por amor de Deus, ajudem Ovar! Ovar precisa, neste momento, de uma ‘discriminação positiva’ na indústria e noutros sectores”, refere o bispo do Porto na rede social Twitter.

A população vive entre a “sensação de insegurança” e o espírito de “solidariedade”. É uma situação nova. O desconhecido provoca sempre medo. Isto nos diz o Padre Vítor Pacheco, pároco de São João de Ovar.

Devido ao aparecimento célere de dezenas de pessoas infectadas com o Covid-19, as autoridades decretaram o estado de calamidade pública, com uma cerca sanitária aplicada a todo o município e com restrições impostas a actividades económicas e circulação de pessoas; e outras.

Numa casa vivem avós, pais e três filhos, o mais novo bebé de meses, cuja mãe foi infectada no Centro de Saúde.

“Há uma preocupação com o marido, filhos e os pais que vivem consigo. Temem o desconhecido. Mas são pessoas de fé, uma fé diária praticada e nesta hora viram-se para Deus com mais fervor”, explica o pároco. “Percebe-se um espírito de entreajuda”, destaca. A paróquia mantém o apoio básico “de higiene e alimentação” dada a 20 utentes. “Contactámos as famílias para avaliar os serviços que seria necessário manter, uma vez que algumas funcionárias ficariam em casa para cuidar dos filhos. Reduziram-se os colaboradores. Seria assim difícil continuar a prestar todos os serviços paroquiais”, indica o responsável católico.

As equipas do serviço básico de higiene e alimentação “têm todos os cuidados com máscaras e luvas e seguem as normas vigentes”. “Ao domingo temos uma dupla de colaboradoras a trabalhar, mas para poderem descansar sou eu que vou fazer a entrega de alimentos. Deixo ficar a mala à porta com todos os cuidados”, explica o padre Vítor que, através do telefone, vai tendo notícias dos seus paroquianos.

“Tenho relatos de paroquianos que acompanho, que rezam em família, e acredito que vamos redescobrir valores na dimensão familiar que este tempo nos coloca. É uma oportunidade para crescer na fé”.

As Vicentinas paroquiais acompanham 100 famílias. “Estamos a estudar a melhor forma de poder continuar com a entrega mensal de alimentos sem expor as pessoas que prestam este auxílio”, aponta.

 

Fontes: Agência Ecclesia; Lusa

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