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Fotografias dos cinco continentes para ver no Museu

A inauguração da Exposição Internacional de Fotografia no sábado (11 março), no Museu de Ovar, reuniu muitos amantes e profissionais das diferentes áreas da fotografia.

Numa tarde em que a cidade de Ovar acolheu, de forma inédita, uma mostra de obras fotográficas dos cinco continentes, num total de 30 fotografias que vão enriquecer o espólio desta Instituição cultural.

Mas foi com efusiva gratidão nas suas palavras, que Manuel Cleto chamou os fotógrafos presentes que integram este certame Internacional, para em nome da direção da Instituição, enaltecer a importância de todos que tornaram possível tal projecto.

“Isto deve-se a estes dois grandes senhores”, dirigindo-se aos fotógrafos Rui Palhas e Rui Pires, que assumiram em mãos a escolha das 28 obras a que se juntaram as suas próprias que já integram o espólio do Museu de Ovar.

Como diria Rui Pires em nome da equipa de curadoria, esta primeira Exposição Internacional de Fotografia do Museu de Ovar resulta do convite feito a fotógrafos dos 5 continentes, que que os critérios de seleção “procuraram criar uma diversidade de motivos fotográficos que abrangem o foto jornalismo, a fotografia documental, o retrato, o nú fotográfico, a arte digital e também a vertente mais artística da fotografia”.

Segundo Rui Pires, que foi destacando alguns trabalhos do conjunto de obras ali reunidas, “os fotógrafos selecionados, todos eles com um portfólio coerente e muito completo resultado de muitos anos de trabalho sobre determinado tema, são na maioria artistas consagrados internacionalmente e com nomes bastante conhecidos. As próprias obras já foram publicadas em vários jornais e revistas, como a National Geographic, a Voge, a Time, o New York Times e muitas representam factos da história contemporânea”.

Nesta abordagem de Rui Pires foram referidas obras, como as apresentadas pelo “fotógrafo Francês Gerard Fourel, prémio Ilford nos anos 80, o fotógrafo Tino Soriano, da National Geographic, Bem Gossens, um artista digital que dispensa apresentações, Paul Raffaele, um jornalista Australiano que nos apresenta uma imagem da libertação de centena de crianças que estavam raptadas por tribos no Uganda.

Paul Raffaele denunciou ao mundo a questão de Timor-Leste antes da tragédia no cemitério de Díli. Os seus artigos na revista das Seleções do Reader Digest tinham uma média de 160 milhões de leitores.

Outra imagem do foto jornalista Fernando Rabelo que representa de uma forma muito inteligente as tensões sociais no Brasil contemporâneo”. Particular destaque mereceu também “a presença de fotógrafos Portugueses, como Jorge Bacelar, notável pelo seu trabalho com as gentes rurais das terras da Murtosa, Carlos Brum Melo que apresentou uma fotografia que faz parte do seu último trabalho documental no Nepal, Luís Borges, um fotógrafo que desde há muito tem feito um notável levantamento antropológico-cultural das gentes Transmontanas, José Fangueiro com uma imagem do seu trabalho sobre as tanoarias de Ovar”.

Três dezenas de obras que “representam uma universalidade de temas fotográficos, de altíssima qualidade informativa, estética e visual”, como concluiria Rui Pires, em quem Rui Palha deu com graça o seu próprio tempo de uso da palavra na inauguração desta exposição patente até 15 de abril.

A estes dois nomes, Rui Pires e Rui Palha, que ficarão indissociavelmente ligados a esta Exposição Internacional de Fotografia do Museu de Ovar, o seu diretor, Manuel Cleto, aproveitou ainda a ocasião para anunciar que será criado o “Núcleo de Fotografia Ricardo Ribeiro”, dirigido pelo fotógrafo Jorge Bacelar, que passará a instituir a “Bienal de Fotografia Rui Palha”. Na altura e em homenagem ao pioneiro na fotografia na região, foi entregue um Diploma à fotógrafa e neta de Ricardo Ribeiro (1866 – 1938), Matilde Ribeiro Lisboa.

Um momento registado por tantos outros fotógrafos presentes, que provarão em diferentes ângulos, que, “a força da fotografia está na diferença que pode fazer num ambiente onde impera a indiferença e a banalização do estado de coisas. Neste mundo global, abrimos o nosso mundo ao mundo e partimos à descoberta da natureza humana e da própria natureza, permitindo também que outros olhares se cruzem com os nossos” (texto do Catálogo).

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