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Hospital encomendou estudo para preparar o futuro

‘Tranquila  e serena’ – assim caracterizou  Luis Vaz, presidente do Hospital Dr. Francisco Zagalo (HFZ), de Ovar,  a passagem de testemunho do actual conselho directivo (CD) que cessa funções na próxima sexta feira, depois de várias horas de reuniões marcadas para segunda e quarta com o novo órgão que será presidido por Luis Ferreira  já indigitado pelo Governo no último Conselho de Ministros, e que contará ainda com Rui Dias, médico internista como director clínico e Mariana Fragateiro, como enfermeira directora.

Luís Vaz fez saber que, volvidos quatro anos à frente dos destinos do HFZ, o que deseja ao novo CD corresponde exactamente aquilo que na altura em que iniciou funções pode dizer: “trata-se de gerir uma instituição do Serviço Nacional de Saúde e isso é por si suficiente para se entender a missão e ampla responsabilidade que advém da gestão pública em torno da prestação de cuidados de saúde e da sua orientação ao cidadão.”

O dirigente cessante fez saber à nova equipa as dificuldades financeiras no atual quadro orçamental, de pouco mais de 5 milhões de euros, manifestamente insuficientes para que o HFZ, que integra o sector público administrativo, possa corresponder à tipologia de cuidados que se espera de um hospital, assinalando, contudo, que o novo CD tem condições para sensibilizar a tutela para o valor e necessidade de recursos acrescidos já suficientemente documentados à ACSS -Administração Central do Sistema de Saúde, IP.

O actual CD reconhece que teve que gerir “num quadro de apertados limites financeiros, com um mapa de pessoal de reduzida dimensão e muita precariedade laboral, registando-se uma adesão ao programa Prevpap total”. De nota, neste particular, a adesão ao programa por parte de uma médica cirurgiã, técnicos superiores, pessoal de enfermagem e assistentes operacionais, este em maior volume, a par de vários assistentes técnicos.

‘Ao deixar o HFZ, congratulamo-nos por verificar que a tutela autorizou o hospital a poder indicar o seu próprio caminho. Temos consciência de que a competência para decidir os destinos do hospital é do Governo. Contudo, registamos, com agrado, que esta autorizou no passado mês a contratação de um estudo técnico que visa a análise da organização, correto planeamento de necessidades futuras tendo como base um conjunto de cenários de prestação de Serviços”.

Segundo o gestor, o hospital pediu à tutela autorização para poder encomendar  relatório, que tem como objetivo identificar necessidades e desenvolver cenários de evolução futura de acordo com aquelas necessidades, e poder responder a vários desafios a ultrapassar pelos serviços de saúde, novas tecnologias, mudanças nas preferências dos utentes e respectivo aumento do custo da prestação do serviço.”

O CD actual fundamentou o pedido para proceder à celebração de contrato de prestação de serviços, na modalidade de avença, “para apresentação de metodologia conducente a uma análise de necessidades futuras do HFZ, IP”, contratando para o efeito dois docentes da Universidade de Aveiro, Inácio Martim, espanhol e Daniel Polónia, o primeiro especializado em cuidados de saúde na comunidade e o segundo na prestação de cuidados de saúde transfronteiriços, actualmente na agência para a inovação.

Luís Vaz sublinhou que para além da questão relativa à natureza da instituição e independentemente da análise e conclusões que o grupo de trabalho do Ministério da Saúde tirou ao apresentar o Plano de Negócios da futura ULS, torna-se importante conciliar dois eixos para se definir o papel institucional do HFZ, um relativo à sua actual realidade, outro como unidade para prestação de cuidados na comunidade, com enfoque ainda na hospitalização domiciliária, objectivo que a tutela tem em mente.

Desconhecendo é certo o trabalho que os professores já desenvolveram, o relatório final procurará auxiliar a tutela na tomada de decisão em saúde e juntar à fundamentação técnica a voz de peritos internacionais e referências autorais que baseadas na literatura chamam a atenção para custos indirectos que importa considerar no momento em que se edificam estruturas de saúde de elevado porte, de que há referências no Canadá.

O actual diretor do HFZ não quis adiantar mais, tanto mais que nem sequer conhece o esboço do trabalho, mas pode adiantar que, qualquer que ele seja, será uma mais valia a tomar em conta quanto aos aspectos que fundamentaram a opção de contratar esta consultoria especializada, permitindo ainda criar um projeto de intervenção na comunidade e candidatar esse a apoio de entidades como a Fundação Calouste Gulbenkian.
O hospital apresentou a Fernando Regateiro, coordenador da reforma hospitalar, uma equipa e linhas a considerar quanto ao estatuto do cuidador informal.

Apesar de existir envolvência de dois dos actuais membros do CD, Júlia Oliveira e Lúcia Monteiro, que cessam funções, manter-se-ão na equipa, como aliás noutras comissões internas, desde que o novo conselho directivo assim considere.

Para o ano de 2018, o HFZ conta com apoio comunitário, no âmbito do programa operacional inclusão social e emprego – POISE – que aprovou a candidatura a formação profissional em cerca de 30 mil euros, esperando-se ainda decisão da tutela para visitar o hospital e anunciar a obra do bloco operatório e esterilização, depois do convite formulado pelo gestor cessante.

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