Opinião

Museu, um Sonho – Florindo Pinto

 

Recentemente, o país viveu, por perto, por fora, por dentro e lado a lado com a temática dos museus. Comemorou-se o dia Nacional do Museu. Terras há que os acarinham, os preservam, os aumentam, mais e mais os apetrecham, os mostram ao mundo e de uma forma muito especial a quem os não tem.

As pessoas da localidade, da aldeia, vila ou cidade, vivem orgulhosos do passado que o “seu” museu historia e encerra, do muito que representam os vários objectos, os escritos e muitos outros pequenos pormenores que são testemunhos do modo de vida e da vivência de uma comunidade ali “mostrada”, no presente e projectada para o futuro.

Em Esmoriz também se sonha com um museu, que seja dedicado à indústria da tanoaria. As peças andam por aí dispersas e a sua perda é uma consequência natural, se acaso não for encontrado um “porto de abrigo”. Sonha-se mas receia-se que uma promessa/garantia, mas que vem do tempo de campanha eleitoral, formalizada em um panfleto, há bem poucos meses distribuído, seja mais uma promessa para juntar às promessas por outros feitas e que se encontram a aguardar cumprimento.

Será que o que a Esmoriz foi prometido é uma coisa daquelas, bem docinha, que pela Páscoa se colocam na mesa, até dos mais pobres, mas quando levada à boca se desfaz e logo desaparece?

Na página 6 de um “documento” que encerra um montão de coisas prometidas, está escrito, e assumido, sem mais condicionantes: Criação do Museu de Tanoaria. Sabe-se que, em tempo de eleições, se falava de um espaço adequado, em edifício com “suor e lágrimas” do Tanoeiro, e bem situado, ali ao lado da estação do caminho de ferro, com ligações ao mundo português, para a implantação do Museu.

A promessa – um museu – era acompanhada com um “precioso condimento”, e o povo aplaudiu, acreditou e não pensou na “amêndoa”. Mas os meses passam, o mandato vai a meio e o processo “museu” está adormecido e, talvez esquecido.

Será que quando voltar a folhear o “comunicado” – Nova Energia -, tenho de relacionar este documento com uma qualquer dessas bíblias que por aí andam sem conteúdo sério? Será que quando voltar a olhar o “documento”, esmiuçar as obras prometidas a Esmoriz tenho de o considerar de “bíblia pinoquial”?

O subscritor do documento garantiu contrapartidas zero à acção, ou resultado, de votos de Esmoriz, na sua lista. Certo. Mas esta “coisa” – o museu – Esmoriz não pediu mas que quer, para não utilizar o exige, até por que lhe foi-lhe oferecida.

Logo, o museu não é uma contrapartida de votos, mas sim uma obrigação de eleito pela promessa feita, e gente séria sempre cumpre. E, a propósito, diz-se por aqui, que nos “estaleiros” da Câmara estão placas informativas, a degradar-se, que implicaram custos, e que alusivas às tanoarias de Esmoriz, que ainda labutam e produzem. Por que não são colocadas nos locais convencionados e escolhidos? Porquê? O costume.

Florindo Pinto

Foto de José Fangueiro

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