Opinião

O Natal em Ovar – Ricardo Alves Lopes

O céu escurece e as luzes acendem-se, glamorosas e encantadoras. Assim é o Natal, em todas as cidades, na maioria das casas e dentro de muitos de nós.
Não sou dos mais fervorosos adeptos do Natal, dos que o anseiam durante todo o ano, mas também não sou um dos imunes. As músicas natalícias, sempre tão carregadas de sentimento e nostalgia, mexem comigo. O brilho das luzes nas ruas, em casa e nas árvores incendeiam o meu interior de pequenas sensações que me roubam sorrisos sem motivo aparente. Sou feliz nesta época.

Em miúdo, pouco ligava ao bacalhau, ou a um bom tinto, mas degustava-me com a alegria das doçarias, com os meus primos ao meu redor e a confusão da família toda reunida. São os barulhos, as conversas por cima de conversas, a alegria estampada no rosto de todos, a televisão a sussurrar programas que ninguém escuta, os homens a baterem cartas e as mulheres a soltarem línguas, os catraios a chutarem bolas, a olharem a árvore e a tentarem adivinhar o presente que lhes está destinado. No fundo, é a simples união, com a bênção das gerações se misturarem.

O Natal, claro está, tem muito de consumismo e de promoção, mas também tem muito de um encanto que não se explica. A música é mais macia, as artes são mais expostas, os abraços são mais sentidos. Claro, também, que tudo isto tem muito de demagogia, que se deveria alargar a muitos mais dias do ano, conforme é chavão referir. No entanto, não entrarei nessa discussão de reclamar do que não existe, ao invés de aproveitar o que acontece. O querer mais, não implica renegar o que se tem.
E, desse modo, este ano, em Ovar, poderemos assistir a um Natal diferente. A Associação Comercial, a Câmara Municipal e a União de Freguesias, criaram a oportunidade de sentirmos, na nossa pequenina cidade, um Natal com um vigor diferente. Mais forte.

Começou no dia 8 e vai durar até ao dia 24, com concertos, espetáculos teatrais, literatura, workshops, declamações de poesia, corridas e torneios de basket, tudo espalhado pelas ruas da cidade, pelas lojas, pela Praça das Galinhas, pelo Museu de Ovar e pelo Museu Júlio Dinis e ainda pelo Mercado Municipal.

Eu terei uma participação curta e de pouco significado, apenas apresentando o projecto, antes da entrada triunfal que toda a pequenada aguarda: a do Pai Natal. Será no próximo dia 14, acompanhado de muita música e do artesanato sempre presente na Praça das Galinhas. Mas o melhor mesmo é procurarem a página da Associação Comercial dos Concelhos de Ovar e São João da Madeira, ou encontrarem os programas que estão espalhados pela cidade, para não perderem nada da festa.
O propósito de tudo isto é não esquecermos que o Natal é uma festa da terra, seja ela qual for. Portanto, que não esqueçamos Ovar nesta hora de festejos, nem os seus comerciantes.
Fiquei satisfeito de ver a cidade a procurar mexer-se, com artistas de Ovar. Todos sairemos a ganhar, certamente. (Foto: OlhoShot)

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]       

 

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