Opinião

Ovar tem pão de ló – Ricardo Alves Lopes

Aproxima-se um fim-de-semana que será de enorme importância para o concelho, ainda que alguns não estejam bem cientes disso.

O pão de ló, o nosso pão de ló, vai ser entronizado como confraria. Obviamente, a entronização será feita aos confrades, não propriamente ao doce, mas isso não tira o destaque ao mesmo. O nosso pão, com o ló ao cimo e o doce humidificado ao fundo, será o centro da festa. Não existirão políticas, pessoas de mais ou menos relevo, existirá apenas um doce, com tantos séculos de história, que começará um novo caminho.

Terei o prazer de participar. Assistir, somente, seria já uma prenda para a qual não teria palavras, então participar, por pouco que seja, coloca-me num auge de orgulho que não consigo exprimir. Não caiam no erro de julgar que falo desta ‘festa’, a 18 de Outubro, para me autopromover. Não, isso colocar-me-ia num papel complicado, sabendo a pouca, ou nenhuma, influência que tenho em tudo isto. Falo pela promoção que julgo que o evento merece, pela vontade que tenho que todos saibam o que de bom se vai fazendo na terra.

Claro que o segredo de tudo estará sempre na confecção, mas a capacidade de gerir essa confecção, de controlá-la e promovê-la, será para todos uma mais-valia. Tendemos sempre a achar que o sucesso de uma pessoa ou de uma organização é apenas o sucesso dessa pessoa ou dessa organização, nunca percebemos que a pessoa ou organização se inserem sempre num meio. E, caso esse meio esteja dispostos a apoiar o sucesso a alheio, estará a trabalhar, igualmente, no seu sucesso.

Imaginem um café, que não vende pão de ló, mas que gosta de promover a marca do pão de ló de Ovar, gosta de se enaltecer como alguém da terra do pão de ló e de comentá-lo com orgulho, pode estar a caminhar para o seu sucesso, através do sucesso de outros. A vitória do pão e ló será a vitória da cidade e do concelho. Pessoas que venham buscá-lo, experimentá-lo ou visitá-lo, serão pessoas que se estarão a tornar vulneráveis a tudo o que a cidade oferece. Seja um café, um restaurante, um hotel ou simples souvenir.

É esta gestão mental que todos devemos fazer. Eu não sou maior se o meu vizinho for mais pequeno. Eu sou maior se o meu vizinho for grande e eu, ainda assim, conseguir ser maior do que ele. Se queremos evoluir, não temos que ter medo que os outros também evoluam.

Quero para Ovar, no meu modesto direito de habitante, que sejamos uma cidade de traços concretos, sem receio de dimensões, que segue o coração, usando a cabeça.

E é isso que o pão de ló vai fazendo, com mais esta vitória.

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]

 

 

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