Sendo alguém que vive num mundo em que os consensos se reservam para os casos de sucesso, depois de resolvidos, não esperava que nada disto fosse unânime, mas a incapacidade das pessoas pensarem com sentimento, mas também cabeça faz-me confusão.
Em 2004, em Madrid, os refugiados já andavam por aí? Acreditam que o atentado do Charlie Hebdo e este foram feitos por eles? Se ignorarmos os que precisam de ajuda e não concordam com o Estado Islâmico, estamos a dar-lhes apenas duas saídas: ou morte ou alistarem-se. Com o nosso instinto de sobrevivência o que acham que vai acontecer? Eu desconfio.
Não nos deixemos toldar pelo drama que vivemos. É possível que venham alguns infiltrados, mas serão muitos mais os que salvaremos daquela drama e abriremos uma nova perspectiva do mundo. Também podem vir médicos de eleição, enfermeiros de vocação e benfeitores de coração. E os atentados já existiam antes deles tentarem fugir de lá. Camuflar os problemas é só aumentá-los, dar-lhes força e fazê-los crescer.
Ricardo Alves Lopes (13.11.2015)