Opinião

Que bonito! – Ricardo Alves Lopes

Não tendo cá estado, lamento não ter visto tantos dos espetáculos que por cá existiram, é um facto, mas por outro lado há sensações que assim se afloram de mim de modo, igualmente, prazeroso.

Cheguei ontem à noite e não procurei nada, não trabalhei tampouco. Arranjei modo de lidar com o calor, pesquisei imagens e resumos do mundial de futebol, que ainda não havia acompanhado, soube das mil e uma questões presas com a lesão e estado do Cristiano Ronaldo, e acreditei, como todos os portugueses devem acreditar. Mas hoje de manhã, antes de principiar o meu trabalho, esqueci o futebol, esqueci o mundo amplo dos oceanos que nos separam, e foquei toda a minha atenção na nossa urbe. Fiz, digamos, o trabalho de casa para o texto.
Olhos que não vêem, informação que somos obrigados a pesquisar.
O primeiro que fiz foi pesquisar textos, posts, sobre o FIMO. Como genericamente acontece na vida, não se agrada a gregos e troianos, há sempre algo que se pode apontar. Existiram coisas que vi escritas, com o muito bom a dominar ainda assim, mas há uma que me parece unânime, para o ano são necessários pequeninos FIMO’s para comercialização. Poder-se-ia considerar isso uma falha, a não existência este ano, mas eu considerarei outra coisa. Um sucesso.

Estivemos diversos anos sem o FIMO, no regresso dele, não seria de esperar uma tão apoteótica recepção da mascote. Obviamente, quando estamos do lado do público e nos apetecia tê-lo, a impossibilidade, faz com que se assemelhe a uma falha. Mas, no meu entender, não foi. O mercado é que dita as regras e, este ano, ditou que para o ano é indispensável. Este ano, existiria risco de orçamento na criação dessas mascotes miniatura, para o ano, pelo que se percebeu, não existirá.

O Fiminho em miniatura, em porta-chaves ou, quem sabe, em adaptação a um porta-moedas, tanto faz. Não se esqueçam é de carimbar a marca de Ovar neles.

Após a leitura das mensagens das pessoas, na generalidade positivas, avancei para os álbuns de fotografias. Um ligeiro arrepio de satisfação, um sorriso ténue que continha nele um orgulho desmesurado. O aglomerado de pessoas, à tarde ou à noite, em cada um dos palcos, em cada um dos espetáculos, fez-me ver uma imagem do que eu sonho para a cidade que me viu crescer, que me amparou na entrada da idade adulta e que me acompanhará para sempre. Os semblantes de felicidade dos mais novos eram o retracto perfeito de uma cidade com energia renovada.

Os adultos, apoiados no prazer de verem as suas crianças divertidas, entregavam-se a expressões de gratidão e verdadeiro reconhecimento do trabalho. O ambiente, em foto, era excepcional, imagino como seria lá estar, escutar as gargalhadas, perceber o burburinho dos comentários, apreciar a diversão das crianças, idolatrar a mestria dos artistas, escutar o feedback das pessoas, perceber a agitação nas artérias.

Por outro lado, houve algo que me deixou satisfeito. Vendo as fotos e lendo os comentários, sem ter estado presente, foi como se fosse um habitante externo a Ovar. E nesse sentido, garanto-vos, sem bairrismos, que vendo o espetáculo que foi, para o ano teria vontade de aparecer e ver pelos meus próprios olhos, como farei.

Ovar, a União de Freguesias, os voluntários, os artistas e toda a população e visitantes, estão de parabéns. Sorri com a manhã ainda bem vincada na minha sonolência. Isso só se consegue com sensações puras, como as que se viam em todos os envolvidos. Estou orgulhoso!

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]

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