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Raplus e O2 não resistiram ao Face Oculta

 

A O2 – Tratamento e Limpezas Ambientais, com sede em Nelas, Viseu, foi declarada insolvente e está em liquidação. A Raplus, com uma gestão externa contratada, que lhe sucedeu quando eram já bem conhecidos os contornos do Face Oculta, também não resistiu e segue o mesmo caminho. “Insuficiência de massa insolvente” para cumprir os seus compromissos com os credores, referiu a sentença do tribunal. A Riberlau, uma transportadora, poderá ser a próxima a fazer travagem forçada, com um credor a pedir a insolvência por não conseguir liquidar dívidas.

Segundo o Notícias de Aveiro, o MP pediu multas, sem quantificar, para Sociedade Comercial e Industrial de Metalomecânica (SCI) e a O2, arguidas no Face Oculta.

Segundo o advogado Ricardo Cardoso, que representa as as duas empresas, deixou bem vincado, aquando das alegações finais, “os efeitos colaterais” do processo resultaram “na aniquilação total” das empresas, abrindo a porta “ao esboroar” do universo empresarial de Manuel Godinho, que entrou “em colapso financeiro”.

A O2 passou de um volume de negócios de 23 milhões de euros em Outubro de 2009 para a insolvência em quatro anos, levando a cessar 146 empregos. Já a SCI, com 24 trabalhadores, que gerava seis milhões de euros, tem actualmente actividade considerada muito reduzida. Desde 2010 que vivem sob constantes execuções fiscais ou viram as contas congeladas e crédito bloqueado. “Hoje em dia restam 10 trabalhadores, as empresas estão quase mortas”, resume um colaborador, citado pelo mesmo jornal online.

O Ministério Público (MP) pediu nas alegações finais “pelo menos” 16 anos de cadeia” para o sucateiro mais conhecido do País, sem o ilibar de nenhum dos 60 crimes. Mas viu rejeitada a tentativa de fazê-lo aguardar pelo desfecho do julgamento em prisão preventiva.

Para o MP, o empresário permanece na gestão do seu universo empresarial, “é o arquitecto, engenheiro e pedreiro”, desvalorizando o expediente jurídico de ter cessado funções.

Conseguiu, na tese da acusação, determinar o sentido do depoimento de alguns co-arguidos através do pagamento dos honorários dos respectivos defensores e, bem assim, de um quantitativo monetário mensal. A pretensão era assegurar “um verdadeiro pacto de silêncio”.

Quase no fim do processo Face Oculta, as principais empresas do grupo que Manuel Godinho ergueu a partir do pequeno negócio de sucatas do pai, a partir de Esmoriz, não resistiram à má publicidade e, sobretudo, perda de grandes clientes que, sustentam os Procuradores de Aveiro, eram angariados, em grande medida, a troco de subornos envolvendo, em alguns casos, figuras como o antigo presidente da REN, José Penedos, ou o ex-administrador do BCP Armando Vara.

 

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