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Reconciliar as pessoas com a praia do FURAdouro

O FURA – Festa Urbana Rua Animada vai a meio da sua primeira edição e já se pode dizer que está a ser um êxito. Música, teatro, gastronomia, dança, entre muitas outras actividades pensadas para miúdos e graúdos e outros pelo meio, estão num leque de actividades que se pensaria serem improváveis numa praia, mas a verdade é que está a conquistar os veraneantes.

Um dos responsáveis pela organização, Johnny Carrabau, faz um primeiro balanço muito positivo do FURA. “No primeiro dia tivemos chuva e a feirinha teve que se recolher, mas repetiu-se no domingo,  depois vieram o Dentinho, que está no Festival do SW, o DJ Overule, o Fado Violado e a Maria Rui, que correram muito bem”. Em resumo, “o público começou timidamente mas agora está aderir muito bem”.

Johnny analisa: “As pessoas não estavam habituadas a algo assim no Furadouro e ainda por cima a cumprir horários”. Há quem chegue à tenda instalada no topo da Avenida Central do Furadouro à uma hora da manhã. Ora, continua Johnny, “nós não queremos interromper o descanso das pessoas, pois pensamos nisto como uma festa urbana e cultural e não queremos gerar incómodos”.

Toda a gente lhe dizia que o Furadouro estava muito parado e “então pensei neste projecto para ver se dinamizava um pouco”. “Como vi a Câmara com disponibilidade para aceitar este tipo de eventos, convidei as ‘Biscuit’ a embarcarem comigo e aqui estamos com o FURA”.

Tem sido uma experiência aliciante, mas também muito desgastante. “São 14 horas por dia, mas estamos a gostar e está tudo a correr bem”, refere.

Para além da programação, no FURA destaca-se a Zona Lounge, onde as pessoas vão para ler o jornal, estar um bocadinho com o mar de fundo. Foi da cabeça de Mariana Martins e de Joana Santiago (Biscuit) que saiu a ideia, que acrescentam “O Lounge foi também pensado para quem está na praia e sai da hora de maior exposição e vem até aqui com as crianças onde estão a acontecer coisas”.

Mariana revela que o FURA tenta reconciliar as pessoas com o Furadouro. “Porque houve um vazio muito grande e julgamos que é com iniciativas destas que se pode voltar a cativar as pessoas, voltar a criar uma rotina”.
Para isso, “quisemos trazer um bocadinho de tudo, abranger várias valências para que o FURA seja um evento de famílias, transversal e gratuito, enfim, para todos”, complementa Joana.

O próprio nome aponta no sentido pretendido. “Festa urbana é um conceito cosmopolita e trazê-lo para um espaço que não estamos a espera que aconteça é sempre surpreendente”, reforça Mariana que aponta a programação e a própria Zona Lounge, como elementos que “aproximam as pessoas que assim se vão educando para outros conteúdos”.

O espaço FURA foi pensando para ser polivalente e haver sempre coisas muito diversificadas a acontecer todos os dias. Foram as ‘Biscuit’ que construíram muito do mobiliário que ali se encontra, explicando que este foi projectado para ter “várias funcionalidades de acordo com as necessidades da programação”.

E quando se fala em eventos a acontecer todo o dia, é mesmo verdade. “Tivemos um concerto rock de manhã, logo foi uma surpresa, pois não estava ninguém à espera”. Mas as ‘Biscuit’ destacam “os muitos projectos de Ovar e outros para complementar que são de fora, que aqui passaram e vão passar”. O FURA é também uma montra, porque “há muita gente de Ovar com valor que precisa de uma oportunidade para se projectar”.

Johnny sabe que se tudo continuar a correr pelo melhor, a responsabilidade cresce e depois de se estranhar, o FURA pode mesmo entranhar-se. “Se a Câmara achar que é uma boa ideia, pode ser que continue para o ano, porque temos aqui uma janela para promover artistas e talentos de Ovar, e isso é uma prioridade”.

Fotos: Pedro Lopes Photography

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