Opinião

Reflexões de fim de ano – Ricardo Alves Lopes

2015

Os finais de ano são, por norma, épocas de reflexão e balanços. Em Ovar, isso não deve ser diferente.

Devemos todos pensar no que fizemos bem, no que fizemos menos bem, mas também em tudo o que não fizemos. Porque, parece-me, esta é uma parte que é sempre um tanto olvidada, nessa hora de meditações.

A nossa passagem é sempre definida pelo que fazemos, para o bem e para o mal, mas não pode ser marcada pelo que renunciamos. Bem sei que as tomadas de decisão são sempre complexas, que existem pessoas mais dispostas à proactividade que outras e que não podemos ir a todas, mas nada disso pode invalidar a vontade que temos que ter de viver. E viver não é somente ajuizar o que se podia ter feito, é bater com a cabeça. Eu, durante este ano, bati muito com a cabeça. Cresci, aprendi e, naturalmente, também terei deixado passar algumas coisas. Mas há algo que jamais pretendo esquecer: a vida é para ser experimentada.

É, obviamente, mais fácil sentarmo-nos de bancada a olhar as coisas ocorrerem, sabendo que estaremos sempre isentos de culpa se algo correr mal. Mas, também, pensando que, caso corra bem, estaremos igualmente apartados da parte desse sucesso. E é isso que precisa ser mudado, em algumas vertentes em Ovar. Não se deseja o sucesso, porque não se participa.

Estamos ainda demasiado presos à ideia errada de que a intelectualidade se demonstra pela capacidade de analisar as possibilidades de fracasso. E isso não é ser intelectual, ou muito entendido, é apenas ser alguém com medo e cheio de zonas de conforto, que por consequência ataca todas as zonas nublosas dos sonhos alheios. Pomo-nos abaixo e não damos conta. E, nisso, também não estou livre de culpas.

Para o novo ano, enquanto cidade, gostava que tivéssemos mais consciência que a individualidade de cada um é que faz o colectivo. Pode parece utópica e até romantizada esta ideia, mas não é. Um, pode mover vários. E o mundo ao nosso redor constrói-se a partir dos nossos olhos, não do que os outros idealizam ou concebem dele. Portanto, para o novo ano, gostava que Ovar, a partir de cada um, começasse a perceber melhor uma coisa: o sucesso não se faz da falta de fracasso, faz-se de fazer acontecer.

Um muito bom ano para todos, é o que desejo.

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]

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