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Ronald DePinho: «Portugal não pode deixar de investir na saúde»

O presidente do Centro de Cancro MD Anderson, da Universidade do Texas, Ronald DePinho, disse hoje que Portugal não pode deixar de investir na saúde, área na qual o retorno é muito elevado.

O responsável do centro de investigação e tratamento disse, à margem de uma sessão na Universidade do Porto, com vista à criação de parcerias em Portugal, que, neste âmbito, vários membros da diáspora portuguesa, da qual o próprio faz parte, vão reunir-se em Lisboa com membros do Governo “antes do Natal” para discutir “oportunidades de prevenção [na saúde] e bem-estar em Portugal”.

“A pergunta não deve ser se Portugal pode dar-se ao luxo de não fazer isto. Portugal não pode deixar de o fazer. Porque ao fazer investimentos em saúde aumenta-se a produtividade e a vitalidade económica da nação e isso é importante”, disse Ronald DePinho.

O também investigador recordou que “os Estados Unidos gastaram 3,6 mil milhões de dólares nos anos 1990 no projecto do Genoma e que, desde então, já tiveram um retorno de milhões de milhões”.

“Nós compreendemos a situação financeira e é preciso uma regulação austera para ter a certeza que o dinheiro está a ser bem usado, mas o importante é [perceber que] preservar a saúde e o bem-estar da população não é uma opção”, afirmou DePinho.

O presidente do Centro de Cancro MD Anderson realçou que “há áreas de oportunidade que são relativamente baratas, como a prevenção e a detecção precoce”, sendo campos que “podem poupar muito dinheiro ao Governo e permitir o reinvestimento noutras coisas”.

Em 2014, o MD Anderson Cancer Center ficou em segundo lugar na pesquisa “Melhores Hospitais” para o tratamento do cancro, publicado na revista US News & World Report. O centro ocupa ainda o primeiro lugar no número de bolsas do National Cancer Institute, com um investimento acima de 670 milhões de dólares (cerca de 539 milhões de euros) em pesquisa no ano de 2013.

Cerca de sete milhões de pessoas são vítimas de cancro anualmente. O MD Anderson Cancer Center promoveu o tratamento de cerca de um milhão de pacientes desde 1944 e detém o maior programa de ensaios clínicos dos Estados Unidos.

Filho de portugueses de Ovar, imigrados nos Estados Unidos, Pinho está  de visita a Portugal para propor parcerias na área oncológica.

Aos 59 anos, Ronald já quase só vem a Portugal por razões profissionais. “Ia a Ovar ocasionalmente”, mas há quatro anos, quando a mãe adoeceu, deixou de vir. Cresceu lá fora e por isso tem dificuldades em falar português. na UA, falou quase sempre em inglês.

Fala com enorme admiração do pai, Álvaro de Pinho, ovarense que correu atrás do sonho americano, após anos no Brasil.

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