Opinião

Sim, Portugal deve declarar o Estado de Emergência Climática

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Altos responsáveis do nosso País declaram publicamente a sua insatisfação com a incapacidade que líderes mundiais revelam perante a crise climática. Exceptuam no entanto Portugal, que seria um bom exemplo a seguir. Haveria pelos vistos em Portugal um consenso positivo para enfrentar decididamente tal crise.
Desmancha-prazeres, uma jovem de 17 anos, Matilde Alvim, segundo o que relata a imprensa, atreve-se a quebrar esse pretenso consenso.

Se Portugal quer ser coerente com o que afirmam alguns desses altos dirigentes, então há que proibir a exploração de gás natural na Batalha e em Pombal, há que chumbar o plano do troço do gasoduto previsto para atravessar os distritos da Guarda e Bragança, por exemplo, e as autoridades devem declarar no país o estado de emergência climática, como já o fizeram o Reino Unido e a Irlanda.

Mesmo que, supostamente — e como pretexta o Ministro do Ambiente para não declarar esse estado de emergência — tal declaração fosse apenas simbólica: «… eu digo-lhe que precisamos de símbolos e que esse é um passo mínimo importante.»

A jovem, que se vem destacando como animadora entre nós do movimento de greve estudantil mundial pelo clima, no seguimento da iniciativa da sueca Greta Thunberg, prevê que o movimento em Portugal sairá reforçado e ampliado com a segunda «Greve climática estudantil» que ocorrerá, também em Portugal, na sexta-feira, 24 de maio.

A coerência para um consenso ativo frente à crise climática, segundo a Campo Aberto e muitos outros movimentos e associações ecoambientais, exige que se abandone a produção de energia termoelétrica a carvão, encerrando as centrais do Pego e de Sines, bem como que se altere a desastrosa política florestal que tem conduzido a uma redução anual e progressiva do sequestro líquido de carbono, e ainda que se adote uma política eficaz que permita reduzir efetivamente os 4 173 980 de veículos a gasóleo e os 2.181.672 de veículos a gasolina que circulam em Portugal (INE, 2017). Tal seria necessário para ultrapassar a até agora manifesta incapacidade em reduzir a emissão dos gases com efeito de estufa e a inexistência de uma política eficaz de adaptação.

A Campo Aberto, que saúda os jovens portugueses mobilizados pela crise climática — dando o exemplo certo às gerações mais velhas —, subscreve a reivindicação expressa por Matilde Alvim. Sim, Portugal deve declarar o estado de emergência climática. E, coerentemente, deve abandonar a política que permite a prospeção e extração de combustíveis fósseis no seu território e nos seus mares. De outra forma, as boas palavras dos altos responsáveis não passarão de hipocrisia e cinismo.

Campo Aberto – associação de defesa do ambbiente
José Carlos Costa Marques
presidente da direção

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