As gravações do telefilme “O Ego de Egas” decorrem até amanhã na Casa Museu Egas Moniz, em Avanca. A Câmara Municipal de Estarreja abraça este projeto de ficção nacional encomendado pela RTP2 à Thrust Media Productions.
Com realização de José Carlos Santos e argumento de Filipa Martins, a película é baseada na biografia do Prémio Nobel da Medicina. Rodado em Avanca e em Lisboa, o filme conta com um elenco de luxo – João Lagarto, Virgílio Castelo, Ana Nave, João Didelet, Ana Brito e Cunha, Inês Castel-Branco – para contar a história do homem que inventou a angiografia cerebral e a leucotomia.
O percurso do cientista, que revolucionou a neurociência a nível mundial, revela uma figura que “sabe muito bem o que quer e que persistentemente luta por isso”. Palavras de João Lagarto que neste filme é Egas Moniz. O protagonista confessa que não conhecia detalhes da vida do médico nascido em Avanca e descobriu uma “personagem bastante forte e interessante”, disse no arranque das gravações na passada segunda-feira.
“Voluntarioso, determinado, teimoso, muito empreendedor, muito fora deste país. Muito pouco limitado pela mediocridade deste país, de onde tentou sempre sair e expandir-se para fora”, afirmou o ator. João Lagarto acredita na “vertente pedagógica” deste filme e na sua componente de divulgação desta personalidade relevante da história portuguesa.
Cumprindo essa missão, a Câmara Municipal de Estarreja não podia deixar de estar presente, conforme refere a Vereadora da Cultura, Isabel Simões Pinto. “Estamos perante uma importante produção televisiva, baseada na biografia de Egas Moniz, que, apesar de ficcionada, estou certa, será de grande impacto e um excelente contributo para o conhecimento da vida e obra de uma das maiores figuras das neurociências, a nível nacional e internacional.”
Para Isabel Simões Pinto, este “é, claramente, um projeto de grande importância para Estarreja que o Município não podia deixar de acolher e apoiar. É mais uma oportunidade para a valorização do património cultural, ambiental e científico do nosso território, em particular, o nosso Prémio Nobel Egas Moniz, a Casa Museu e a Quinta do Marinheiro, afirmando Estarreja como território cultural e criativo.”
Durante esta semana, a autarquia disponibiliza a Casa Museu Egas Moniz, a Quinta do Marinheiro e espaços envolventes para a gravação das filmagens. Este contributo e o “apoio inexcedível” da autarquia, conforme afirma Pedro Teixeira, responsável pela produtora, veio enriquecer a trama numa ambiência e autenticidade dos cenários outrora percorridos pelo próprio Egas Moniz.
Comunidade entra nas filmagens
“A participação de atores e figurantes locais, a contracenar com grandes atores nacionais, é também motivo de orgulho”, acrescenta Isabel Simões Pinto, e corrobora “a aposta do Município na valorização dos agentes culturais locais e de envolvimento da comunidade nos processos criativos, dimensões sempre bem presentes na nossa estratégia cultural. Torna todo o processo muito mais gratificante. Já estamos muito expectantes para ver o resultado final”.
Em cena entram atores da companhia de teatro Kopinxas, atores amadores e figurantes da terra. Paula Jesus é uma das estarrejenses escolhidas para o filme e veste o papel de governanta do casal Egas e Elvira. Quando gravou um “pequeno vídeo para um casting, não imaginava que me ia envolver numa coisa assim tão séria”, mas agora que está nesta aventura e apesar de algum “nervosismo inicial” na gravação das suas primeiras cenas – em que protagoniza o momento de um certo telefonema de Estocolmo – afirma que esta é uma experiência que nunca irá esquecer.
Para além de 5 crianças do projeto municipal de teatro infantil TRAMA, que aqui desempenham o papel dos sobrinhos netos de Egas Moniz, um dos mais jovens atores da comunidade selecionados para participar no filme foi Dinis Figueira. Ele interpreta o filho de 8 anos do caseiro de Egas Moniz e, a determinada altura do enredo, terá um papel revelador para o médico…
Resta agora esperar pela estreia da película “O Ego de Egas” em 2021 na RTP2.
