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Aquasoja duplica negócios em sinergia com UP

A Aquasoja, sediada em Ovar, começou a produzir há 25 anos alimentos para peixes de aquacultura criados na Figueira da Foz, Aveiro e Sado e hoje ultrapassa os “20 milhões de euros” em volume de negócios.

Mais 8% do que em 2018 e “quase duplicou” os negócios na última década a fazer comida para douradas, robalos, corvinas, salmões e esturjões que crescem em jaulas no mar desde Espanha, passando pela Rússia e até às Ilhas Maurícias.

A chave do sucesso da Aquasoja é estar associada às universidades, considera António Isidoro, 46 anos de idade, gestor de empresas de formação e director executivo da Aquasoja.

“O projecto nasceu na Universidade do Porto, e hoje ainda mantém uma forte componente de ligação às universidades e aos centros de investigação quer em Portugal quer no exterior, porque achamos que essa é a forma de continuarmos a evoluir e a conseguirmos desenvolver novos produtos e novas soluções para o mercado”, explicou.

Hoje em dia, a empresa exporta mais de 90% do que produz para mais de 10 destinos, a começar para a vizinha Espanha, que é o mercado para onde têm maior volume de exportação, depois a Grécia, que é o maior produtor de peixe em aquacultura no Mediterrâneo, e em terceiro lugar para Itália.

A Rússia, Arménica, Geórgia, Polónia, Tunísia, Chipre e as Ilhas Maurícias são outros dos destinos que importam comida para peixe com o carimbo do Norte de Portugal e cujo método assenta na “economia circular”, baseada no conceito da Lei de Lavoisier, onde “nada se perde e tudo se transforma”, conta António Isidoro.

A empresa está atualmente a produzir alimento específico para cinco espécies principais – dourada, robalo, corvina, esturjão e truta -, mas estão a decorrer “testes científicos” para encontrar menus apropriados para os peixes “pregado” e “seriola”, revelou António Isidoro.

“Promovemos muito a ligação à investigação e aos centros de investigação, porque achamos que isso é uma forma de crescermos em conjunto. Se tivermos do nosso lado uma universidade ou um centro de investigação a comprovar aquilo que estamos a afirmar ao mercado, torna-se mais credível, porque estamos a falar de um mercado global” e isso “tem sido um papel importantíssimo”, assinalou.

Apenas 10% da produção da empresa é absorvida por Portugal. Os grandes motores a nível nacional são o Algarve e Madeira, mas o futuro poderá passar pelo Arquipélago dos Açores, acredita António Isidoro.

Nos últimos 10 anos, a Aquasoja “quase que duplicou a actividade”, em volume de negócios e número de países para onde exportam. “Aquilo que nós pretendemos, daqui a 10 anos, é voltar a conseguir um feito dessa natureza. Para isso vamos ter que estar presentes também no dobro ou no triplo dos países onde estamos hoje”, conta, admitindo que é “um sonho difícil, mas exequível”.

A quase duplicação de vendas na última década da Aquasoja é justificada com a existência de um maior consumo de peixe de aquacultura, devido a uma maior preocupação em relação às reservas de peixe no mar e à pesca intensiva que existia em mar.

“Hoje em dia mais de 50% do peixe que se come no mundo é em aquacultura. Por um lado estamos a falar da sustentabilidade dos peixes nos oceanos, mas por outro lado estamos também a falar de alimentar pessoas de forma sustentável e a aquacultura é uma delas”, explicou, que o facto de saírem “da zona de conforto dos mercados próximos”, tendo tido a “audácia” de procurar “novos mercados”.

A Aquasoja pertence ao grupo Soja de Portugal que nasceu em 1943, tem sete marcas comerciais e cinco áreas de negócio, e registou um volume de negócios em 2018 de 162 milhões de euros, em termos gerais.

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