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Hello Kitty: O Mundo a seus pés

 

Tudo começou com um porta-moedas de plástico. Destinava-se aos mais novos mas foi ganhando popularidade até se tornar um ícone da cultura japonesa em todo o mundo. A Hello Kitty celebra 40 anos com uma retrospetiva e uma convenção.

Há palavras que é preciso fi­xar quando se fala da mais popular personagem que alguma vez passou as fronteiras do Japão. Kiti­ra é a primeira e serve pa­ra falar de todas as fãs de Hello Kitty. A gata que não é gata, é perso­nagem com cara de bichano e sentimen­tos de pessoa, assinala quatro décadas, re­sistindo a crises económicas, concorrên­cia e modas, à boleia do espírito kawaii.

Kawaii é a outra palavra que é preciso de­corar quando se quer falar da personagem. É o estilo «querido», «giro», feliz e sempre em cima de uma nuvem (pareci­do com a Hello Kitty) que encarna uma certa tribo nipónica – vestem-se de co­legiais mesmo quando já deixaram os bancos do liceu há muito. No Ociden­te fez o seu caminho entre as «emos» – metade negritude, metade cor de rosa. E, no entanto, apesar de ser japonesa, Kit­ty traçou o seu caminho fazendo-se passar por europeia. O cartão do cidadão diz que é britânica. Em 1974, o que era cool era ser inglês, 40 anos depois a boneca reconcilia-se com as origens reais.

O encontro anual de representantes do universo da perso­nagem aconteceu em Tóquio com visita às entranhas do mundo Kitty e passeio pe­lo parque temático que lhe é dedicado, as­sim como às outras, várias, personagens do universo Sanrio.

A portuguesa Patrícia Vasconcelos foi uma das pessoas que apanharam o avião até ao outro lado do mundo para ver novidades e absorver o espírito Hello Kitty. Represen­ta a Sanrio desde 1994 em território nacio­nal. Quando começou, tinha 22 anos e Kitty era apenas dois anos mais nova.

Através da empresa da família, conheceu representan­tes da Sanrio que se mostraram interessa­dos em ter a marca em Portugal. «Foi custo­so. A Kitty não era tão popular como é hoje.» É preciso recuar a esses tempos, que quase soam a pré-história, em que a internet era rara, o comércio online insignificante e as coi­sas mais giras vinham do estrangeiro. Patrí­cia, que tinha estado no Japão, conhecia-a. Os pais, no ramo da produção de quadros, estranharam. «Não tem nada que ver com a nossa área.»

Patrícia, que «ainda andava a es­tudar» e estava grávida, empenhou-se. Po­de dizer que começou do zero, a montar uma equipa de vendas, à procura dos clientes-al­vo. «A maior parte não conhecia.» A única experiência da Kitty em solo luso tinha si­do com a Concentra (que importava os brin­quedos da Mattel, Barbies nomeadamente).

Nesses tempos só havia uma Kitty com êxito: a do laço vermelho. Foi preciso chegar quase ao ano 2000 para Patrícia começar a vender as coleções em rosa. «E graças aos Moran­gos com Açúcar chegámos aos adolescentes.» (Ler artigo)

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