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Marcos Muge recupera Presépio da capela de S. Miguel

Neste final e início de ano, a capela de São Miguel recuperou o Presépio que testemunhos de pessoas antigas do lugar asseguram ali se fazia em tempos recuados com musgos, pedras e pequenas esculturas que compravam.

Marcos Muge revela que foi a comissão fabriqueira da capela que lhe falou do assunto, “pensando na memória e dignidade da História e ao período da reconstrução da Capela de S. Miguel, entre 1711 e 1723”. O artista acedeu ao convite de executar o referido presépio que segund ele, “é original e foi integrado no contexto classico, sendo a área do nicho com pintura a fresco como o era no passado e na base aplicado pedra vermelha, como a que existe em toda aquela zona na Palestina”.

A “história do Presépio começa na área da parede do nicho, tendo ao centro a Estrela e o anuncio do nascimento do Messias por anjos”, explica, acrescentando o artista que “em baixo e do lado esquerdo, no canto, uma construção ao estilo da arquitectura da época, como se fosse a estalagem onde José se dirigiu em Belém, para descansar e nasceria Jesus”. “Mas porque estava cheio de pessoas, o mesmo proprietário disponibilizou-lhe o estábulo dos seus animais, que ficava na parte de trás da casa, onde existe um caminho e degraus que ficam perto de um poço, onde se abasteciam”.

presépioDo lado direito, continua, “temos a metáfora da visão do nascimento do Messias, junto de montes de pedra e, na zona em baixo, os pastores com as suas ovelhas e o anjo anunciando o nascimento do filho de Deus”. “No estábulo, José, Maria e o menino Jesus e os três Reis Magos a entregarem os respectivos presentes”.

As árvores que foram pintadas, diz, “correspondem às que existem naquela região, o cipreste, a oliveira e a palmeira, sendo feito o estábulo com madeira de cedro que também existe na região”.

Na moldura clássica que ali existia, o douramento e, em baixo, um marmoreado em sintonia com o retábulo principal da Capela de S. Miguel com peças dos séculos XVII e XVIII, mas também em sintonia com o azulejo estampilhado a cobalto do inicio do seculo XX.

Segundo Marcos Muge, “o presépio – com cerca de 1,40 metros comprimento, por 1,05 metros de altura e cerca de 0,60 metros de profundidade – foi pensado para ficar integrado neste contexto clássico, numa das capelas mais antigas de Ovar, respeitando a dignidade do espaço no tempo”.

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