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Uma escola com aromas a Cerelac, Chocapic e Nestum

Ir à escola na fábrica que produz a Cerelac, o Chocapic ou o Nestum é o sonho de qualquer criança. Já para não falar na Pensal, a farinha que tem o nome do lugar de Avanca onde a Nestlé se instalou há mais de 90 anos.

Esse sonho tornou-se uma realidade para duas dezenas de alunos da Escola Profissional de Aveiro (EPA). Salvador Machado, de Pardilhó, tem 17 anos, e não se arrepende da aposta. “Optei por este curso, e ainda bem, porque está a ser uma boa oportunidade”, relata. Já Adriana Pereira, de
24 anos e residente em Avanca, não tem dúvidas: “A Nestlé é uma empresa mundialmente conhecida e abre muitas portas até noutras empresas”.

Miguel Neto, director da fábrica de Avanca, confirma o pioneirismo da aposta. “É a primeira vez que temos uma escola dentro da fábrica”. A Nestlé tentou implementar uma solução idêntica, há anos atrás, levando alunos para estagiar no seu seio, “mas observámos que havia uma discrepância entre o que pretendíamos e o que a escola estava a oferecer como capacitação desses alunos”, sublinhou o responsável. Então, continua o director, “partimos para esta solução de compromisso que é ter os alunos a aprenderem connosco desde o início, como queremos que eles trabalhem connosco no futuro”.

Os ensinamentos da cultura da empresa são uma prioridade, como se houvesse uma tradição de família a preservar. Joana Guerra é a responsável dos Recursos Humanos da Nestlé de Avanca, e é ela que tem estado a passar “as regras de segurança e de comportamento que os alunos devem observar”.
Joana Guerra recorda que “são alunos muito jovens e isso implica que haja um esforço de adaptação para perceber que, apesar de andarem na escola, não estão dentro de uma escola e há competências sociais e de comportamento que são essenciais para o mercado de trabalho”.

É convicção de Miguel Neto que as três partes envolvidas ficam a ganhar com o modelo que está ali a ser adoptado. “Os 19 alunos estudam e aprendem, ao mesmo tempo, a cultura e a prática da nossa empresa, numa oportunidade de se tornarem bons profissionais para um dia virem a trabalhar na Nestlé”, refere.

A empresa procura, assim, resposta para uma dificuldade crescente que é contratar técnicos (mecânicos, electricistas, etc), porque, “felizmente, têm surgido novas linhas que estão a capturar estes profissionais e a causar carência no mercado”, refere Miguel Neto, por isso “nós queremos ficar com os melhores, mas tal não quer dizer que fiquem todos, os melhores ficarão, sim”.

Aos alunos, a multinacional suíça oferece uma formação com as componentes teórica e prática, sendo que, refere o responsável, “a prática (a partir de Janeiro) é dentro das nossas instalações, com um colaborador interno que vai criar-lhes as competências, enquanto na teórica são os professores da escola que, com gente da fábrica, tentarão atingir o resultado que desejamos”.

Combate ao
desemprego jovem

Até este momento, diz Miguel Neto, “está tudo a correr bastante bem, os alunos estão motivados, nós sabemos qual é o objectivo, mas ainda é cedo para falar de resultados”.
Durante o curso de dois anos, são leccionadas as disciplinas curriculares obrigatórias, e depois têm “aquelas que nós consideramos importantes para a sua formação”, refere Joana Guerra.

Por exemplo, “o Total Performance Management (TPM) é das disciplinas que inserimos desde logo no currículo, e já não será uma coisa estranha que terão de aprender quando começarem a trabalhar”, completa a responsável dos Recursos Humanos. Além de que os jovens que escolheram receber formação em Avanca estão a adquirir conhecimentos já inseridos no mundo de trabalho. Para a Nestlé, é uma oportunidade de ter “uma equipa moldada à nossa maneira, que pode vir a integrar o nosso mundo no futuro”, realça Miguel Neto.

Iniciada em Janeiro de 2014, a iniciativa Nestlé Emprego Jovem comprometeu-se a ajudar no combate ao desemprego jovem e a contribuir para a entrada dos jovens no mercado de trabalho, quer com oportunidades de trabalho, quer com formação.

O director da fábrica de Avanca concorda quando se diz que “esta é uma oportunidade excelente para todas as partes envolvidas” e espera “cá estar dentro de dez anos para comentar o sucesso desta iniciativa”.
A nível europeu, a Nestlé comprometeu-se a criar 20.000 oportunidades de emprego para jovens até aos 30 anos, 500 destas em Portugal.

Um desafio que foi largamente ultrapassado a nível nacional e internacional. Em Portugal, a Nestlé criou, nas suas diversas estruturas, 782 oportunidades de trabalho para jovens. Destas oportunidades, 328 foram estágios e 454 contratos de trabalho. Além das oportunidades de trabalho, a Nestlé Portugal desenvolveu várias iniciativas com as universidades e com os seus gabinetes de apoio ao aluno finalista, com o objectivo de aproximar o mundo académico ao mundo empresarial e profissional.

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