“Portugal não se desenvolverá como um todo se os seus territórios não se desenvolverem”
Presidente da Fundação AEP, Luís Miguel Ribeiro, defende modelo de desenvolvimento assente na cooperação entre municípios como resposta aos desafios estruturais do país e alerta para a importância da imigração

Nenhum país é capaz de se desenvolver como um todo se as suas partes – isto é, os seus distintos territórios – não se desenvolverem.” Foi com este alerta que Luís Miguel Ribeiro, presidente da Fundação AEP, deu início à sexta conferência do Think Tank “Portugal por Inteiro / Territórios de Futuro”, que decorreu na tarde do dia 7, no Auditório do Complexo Paroquial de Mangualde.
A iniciativa, organizada pela Fundação AEP em parceria com a Fundação de Serralves, teve como mote o tema “A coopetição como fator chave para a coesão territorial na atração e fixação de investimento”, centrando-se na necessidade de repensar o modelo de desenvolvimento económico a partir da valorização das complementaridades entre territórios.
Durante a sua intervenção, Luís Miguel Ribeiro defendeu que vivendo num mundo em que regiões e países competem por recursos, precisam colaborar. A coopetição emerge como uma estratégia determinante para criar ecossistemas atrativos. “A utilização criteriosa dos incentivos fiscais; a logística eficiente; os parques tecnológicos com gestão integrada; a inovação partilhada e a atração de cadeias produtivas complexas, combinados com uma estratégia inteligente de marketing territorial, fazem hoje a diferença no processo de desenvolvimento regional. O Presidente da Fundação AEP sublinhou ainda que a resposta aos desafios estruturais do país exige uma reflexão conjunta sobre cenários prospetivos, onde terá de caber um “Portugal por Inteiro”, onde os territórios entram e contam sempre, valorizando a sua diversidade e complementaridade, as suas especificidades e idiossincrasias, os seus equilíbrios e as suas assimetrias.
Um importante alerta deixado em Mangualde foi o desafio demográfico que Portugal vive. O Presidente da Fundação AEP, lembrando o quanto as pessoas e as empresas são fundamentais no desenvolvimento do país, referiu-se à imigração como uma excelente oportunidade para Portugal reverter o decréscimo populacional. Alertou para a necessidade urgente de se encarar este tema, não deixando de apelar à memória coletiva dos portugueses: fomos um país de emigrantes, não podemos acolher falsas narrativas”.
Na intervenção foi ainda recordado que depois das três conferências realizadas no auditório da Fundação de Serralves, que beneficiaram dos qualificados contributos dos Professores Valente de Oliveira, Arlindo Cunha e Luís Braga da Cruz, o ciclo iniciou um périplo nacional por Vila Real, com o Eng.º Miguel Pinto, seguindo posteriormente para Valença, com novas participações de Luís Braga da Cruz e Juan Manuel Vieites. Em Mangualde, o Presidente reforçou que “sempre esteve no ADN da AEP ter uma voz firme e assertiva, mas sempre leal e comprometida na construção de soluções para o país”.