Ovar do Azulejo: uma exposição que é um hino ao património azulejar do concelho

Com a curadoria do Município de Ovar, já abriu ao público, na Escola de Artes e Ofícios, a exposição “Ovar do Azulejo”, que traça uma perspetiva sobre mais de 75 anos de história do concelho na promoção do património azulejar. Em destaque está também o trabalho do ACRA – Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo da Câmara Municipal de Ovar, que inicia, assim, as comemorações dos seus 25 anos. Esta proposta integra a programação do Maio do Azulejo, que até ao final do mês têm inúmeras propostas de fruição cultural no concelho.

“Esta exposição prova a singularidade do património azulejar do nosso concelho, mas também, o trabalho que tem sido desenvolvido ao longo de tantos anos para a sua valorização e diferenciação”, destaca Domingos Silva, Presidente da Câmara Municipal de Ovar, reforçando que “a estratégia cultural da autarquia tem priorizado os produtos identitários do concelho, como o Azulejo, que através do Maio do Azulejo, lançado em 2017, tem sabido afirmar-se como um produto diferenciador, capaz de sensibilizar a comunidade e com forte capacidade de atração de públicos”.

Exposição é homenagem a um museu a céu aberto com mais de 800 fachadas em azulejo

Com mais de 800 fachadas em azulejo, hoje, Ovar é a Cidade-Museu Vivo do Azulejo, mas como é que se chegou até aqui? A resposta está nesta exposição que põe em destaque esta arte que veste a cidade. A história da valorização do património azulejar em Ovar começa no final da década de 70, quando a comunidade local protagonizou uma inédita ação promocional dos painéis da Estação dos Caminhos de Ferro de Ovar. O exemplo dos ovarenses não só antecipou a valorização da azulejaria oitocentista, como lançou as bases para um modelo de cidadania patrimonial ativa e visionária, que viria e continua a influenciar políticas de conservação e restauro a nível nacional.

Desde aí aos dias de hoje, a valorização deste património foi uma constante no território, assumindo Ovar, uma posição relevante e vanguardista no panorama nacional. Nesta história, agora contada nesta exposição que estará patente até setembro, um dos capítulos importante foi a criação do ACRA – Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo da Câmara Municipal de Ovar, que já há 25 anos tem liderado uma missão contínua de preservação, estudo e celebração deste legado único.

“Ao longo dos anos, temos procurado fortalecer os eixos de atuação do ACRA que são o restauro e a conservação, o estudo e investigação e sensibilização e envolvimento da comunidade”, resume o autarca.

Ao longo destes 25 anos, o ACRA acompanhou e executou várias intervenções em edifícios da cidade, com destaque claro para o centro histórico de Ovar. O número de fachadas de azulejo restauradas em edifícios privados já ultrapassa as 350 intervenções, representando um impacto real na imagem urbana de Ovar e na valorização do seu património. O Programa de Apoio à Recuperação de Fachadas do Centro Histórico de Ovar (RARFCHO), lançado em 2017, deu um impulso decisivo a este movimento. Desde então, o município recebeu 110 candidaturas para recuperação das fachadas, das quais cerca de 65% já foram concluídas com sucesso. Estas intervenções foram apoiadas financeiramente e acompanhadas tecnicamente pelo ACRA, garantindo a qualidade e a fidelidade dos restauros.

No que diz respeito ao património público, destaca-se o restauro da Igreja Matriz de Válega, cuja fachada principal, foi alvo de uma intervenção cuidada que será integralmente financiada pelo Município. Está a ser, ainda, preparada uma intervenção na Igreja Matriz de Cortegaça.

No campo da promoção, o Maio do Azulejo é o melhor exemplo do trabalho desenvolvido e cujos resultados, no que diz respeito à captação de visitantes, se prolongam durante todo ano.  Destaque, ainda, para os diversos conteúdos criados pela autarquia que convidam os visitantes a explorarem autonomamente o concelho ao longo do ano, como é o caso do jogo Vai Passear.

Finalmente, no pilar da sensibilização, o Município de Ovar tem apostado fortemente em diferentes ações lúdico-pedagógicas de informação e sensibilização com toda a população, em especial com crianças e famílias, procurando demonstrar-lhes a importância deste património para o concelho, mas, mais do que isso, estimulando o seu sentimento da pertença. O mais recente exemplo é o projeto “Ovar, a Magia do Azulejo”, que envolveu 80 alunos do primeiro ciclo do Ensino Básico da Escola de São Vicente de Pereira e que culminaram na criação de um novo painel de azulejos.