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Porque é que as barbearias têm este objeto com três cores à porta?

Ao dar uma volta pelo centro urbano de Ovar não pudemos deixar de verificar nas inúmeras barbearias que se encontram à disposição dos vareiros.


Também deu para reparar nos pequenos postes coloridos que estão expostos na fachada das barbearias abertas mais recentemente, introduzindo por cá uma “regra” que era desconhecida.

Poste de barbeiro
Foto: Freepik

Durante a Idade Média, os barbeiros eram profissionais multifacetados. Além de cortar o cabelo e fazer a barba, exerciam também tarefas de cirurgiões, dentistas, etc.

Realizavam pequenas cirurgias, tratavam ferimentos, extraíam dentes e até realizavam sangrias (procedimento médico que consistia em retirar sangue aos doentes, acreditando-se que isso ajudava a curar doenças e infecções), como se pode ler no site da Associação Nacional de Barbeiros, dos Estados Unidos.

É precisamente dessa prática de sangria que nasce o famoso símbolo da barbearia. As faixas vermelhas do poste representam o sangue, as brancas as ligaduras usadas durante os procedimentos e o próprio mastro simboliza o bastão que os pacientes seguravam enquanto o sangue era drenado. Com o tempo, o azul foi adicionado, sobretudo nos Estados Unidos, para refletir as cores da bandeira nacional e dar um aspeto mais moderno ao símbolo.

A partir do século XVI, a profissão começou a mudar. Em Inglaterra, por exemplo, os barbeiros foram proibidos de realizar cirurgias a partir de 1540, embora ainda pudessem extrair dentes. Foi o início da separação entre o ofício médico e o de barbeiro, que evoluiu até se tornar na profissão que conhecemos hoje — dedicada exclusivamente ao cuidado pessoal, à estética e ao bem-estar.

Hoje, o poste de barbeiro é um tributo à longa história desta profissão — uma lembrança das origens peculiares de um ofício que passou da medicina rudimentar à arte do estilo e da confiança pessoal.

A National Barbers Association sublinha ainda a importância de conhecer e respeitar essa herança, que reflete a evolução não só dos barbeiros, mas também da forma como a sociedade compreende a saúde, o cuidado e a imagem pessoal.

 

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