Cultura

A arte do poder e o poder da arte

colóquio

A exposição que esteve patente na “Casa da Praça”, encerrou com um colóquio subordinado ao tema “O Poder de gerir a Arte”, com Fernando Mendonça, director da We art – agência de arte, Raquel Guerra, directora do Núcleo de Arte Oliva e o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Ovar, Alexandre Rosas, como oradores convidados.

Com o artista plástico, José Rosinhas, como moderador, a manifestar que espera “que as pessoas olhem para o Museu de Ovar de outra maneira”, a conversa foi decorrendo ao longo da noite, numa partilha de experiências dos intervenientes sobre a gestão da arte, já que relativamente ao “poder” de gerir a arte, os pontos de vista foram diferentes.

Para a decoradora e directora do Núcleo de Arte da Oliva, em São João da Madeira, “nada funciona na base do poder, nomeadamente sobre a arte”. Com vinte anos a trabalhar na área das galerias de arte, a oradora chamou ainda atenção para o facto de “nem todos os coleccionadores privados terem sensibilidade para contratar profissionais”, esperando por isso, numa alusão à exposição na “Casa da Praça”, a “continuação deste trabalho de estudo das colecções” que possibilita ao “Museu ficar mais rico”.

Para o ex-vereador da cultura da Câmara Municipal de Estarreja, licenciado em História de Arte, Fernando Mendonça, “a arte tem poder”. O desafio lançado por Rosinhas sobre como aconselhar os artistas permitiu ao director da “We art” – agência de arte, falar sobre a componente do empreendedorismo na arte, já que criou uma empresa, “Arte e negócio”, desperta para os “artistas emergentes”. No entanto, para este interveniente, “as pessoas para gostarem de arte contemporânea têm de aprender, tal como aprendem a ler e a escrever. Aprender arte é uma necessidade” insistiu.

Por fim, o autarca ovarense, Alexandre Rosas, abordou a herança que recebeu e a marca que reconheceu querer deixar nomeadamente na cultura, uma vez que, “o que tenho feito é em função da minha sensibilidade”. Porque a arte, como disse, “é algo que nasceu comigo”. Ainda que o seu pelouro seja muito vasto, o vereador assumiu-se como “um mediador de tudo o que vai acontecendo em termos culturais”. Alexandre Rosas reconheceu ainda sobre a exposição que, “só assim tive oportunidade de conhecer algum do espólio do Museu de Ovar”, desabafando que “há aqui trabalhos que me emocionam”.

A participação de vários artistas presentes no colóquio, centrou-se na necessidade de um espaço que lhes permita criar e partilhar as suas diferentes artes, incluindo a oportunidade de expôr, dado que, apesar dos espaços públicos e privados existentes na cidade, a iniciativa do Museu de Ovar na “Casa da Praça” pode ter despertado consciências neste campo da relação com o público e com os próprios artistas que sempre encontraram no Museu de Ovar uma porta aberta.

JL

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