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“A questão financeira é sempre muito delicada nas IPSS”

O presidente da Unidade de Cuidados Continuados Integrados – UCCI Egas Moniz, José Henriques da Silva, não esconde que “a questão financeira é sempre muito delicada nas IPSS”, salientando que “há muita gente que passa por aqui e não quer pagar”.

“E falo por quem está na parte das contas e está sempre a lutar para encontrar onde ir buscar o dinheiro necessário”. “Queremos fazer sempre o melhor, e até me custa falar disso, mas tudo custa dinheiro. Ainda estes dias, alguém queria ir embora da nossa unidade e queria ficar a dever 2.400 Euros”.

Falando esta sexta-feira na abertura das III Jornadas Dr. Egas Moniz, em Avanca, recordou que “o Estado prometeu criar mecanismos para estas situações”, esperando que “nos ajude, porque não podemos andar com advogados a tratar destes problemas que são de sobrevivência das nossas unidades”.

“A nossa UCI é única entre Gaia e Ílhavo é um bem que as pessoas não imaginam”. Aliás, “nós criamos este projecto para as pessoas poderem ficar perto da família. Apesar do sacrifício e das preocupações tem sido muito elogiada e isso é bom para os que trabalham nesta casa”.

A coordenadora regional da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), Maria José Hespanha, alertou que “o distrito de Aveiro continua muito carenciado em cuidados continuados”. A rede da Região Centro tem, neste momento, 2.419 camas que são complementadas por “um bom suporte de apoio domiciliário, porque a rede não pode ser só de camas, temos que dar respostas às pessoas que passem pela possibilidade de estarem nas suas casas”.

Segunhdo dados que avançou ontem, na Administração Regional da Saúde do Centro, a lista de espera tem mais de 700 doentes, sendo que 60% são do distrito de Aveiro.

Também presente nas jornadas organizadas pela UCCI Egas Moniz, o director regional da Segurança Social de Aveiro, Manuel Ruivo, sublinhou as duas centenas de utentes que ali se encontram a colocam “na linha da frente dos cuidados continuados”. “Estas IPSS’s são muito importante para o território pelo trabalho que desenvolvem junto das famílias, sendo fundamentais para a economia local e criação de emprego”, acrescentou.

No ano passado, a Segurança Social pagou, só em acordos de cooperação, 110 milhões de euros no distrito. “Não pagamos muito, mas este pouco todo somado, a nível nacional, dá 1,1 mil milhões de euros”, acrescentou.

É por este facto que Manuel Ruivo defendeu a existêncioa de “alguma comparticipação, para além da Segurança Social, quer por parte das famílias, quer dos Municípios ou de ‘sponsors’ e empresas, através da responsabilidade social”. “Não é possível esperar que o Estado pague tudo”, sentenciou.

Quando as famílias vão trabalhar e deixam as suas crianças ou os seus idosos num local seguro estamos a contribuir para a felicidade das famílias, pois não há dinheiro que pague este sentimento de segurança.

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