Opinião

Adeus, Trotinetes – Por Diogo Fernandes Sousa

As trotinetes elétricas foram apresentadas como uma das soluções para uma mobilidade mais
sustentável nas cidades ao possibilitarem a substituição do automóvel nas curtas distâncias,
contudo após largo período de implementação, inclusive em várias cidades portuguesas,
conseguimos perceber que os problemas são demasiado significativos para serem
ultrapassados pelas suas supostas vantagens.

Paris, uma das grandes capitais europeias, fez, no princípio deste mês, um referendo oficial
para banir as trotinetes elétricas de aluguer e o resultado foi claro como a água, estão banidas!
Lisboa, por exemplo, reforçou as regras de utilização para que o estacionamento das mesmas
seja feito nos locais reservados ao mesmo ou que a velocidade máxima seja limitada, contudo
a grande questão é se isso trouxe algum resultado efetivo ao reduzir os vários problemas que
estas trotinetes apresentam nas cidades.

Contextualizando, eu creio que uma mobilidade mais sustentável, em particular nas grandes
cidades portuguesas, como Porto e Lisboa, seria muito positivo, contudo defendo que essa
mobilidade não deve ser por via destas trotinetes, mas sim dos transportes públicos que
precisam seriamente de ser capacitados para cobrir as necessidades de toda a população.
No que diz respeito especificamente às trotinetes elétricas de aluguer discordo totalmente
com a sua utilização, isto pois, falando no caso das cidades portuguesas, observamos
diariamente que elas acabam, por exemplo, nos recursos hídricos, ou que ficam estacionadas
em qualquer lugar e criam problemas de mobilidade à população, principalmente a de
mobilidade reduzida, pois ocupam os passeios.

Outros problemas que certamente desagradam a população em geral é, por exemplo,
observarem a trotinete encostada ao seu veículo, corretamente estacionado, e verificar que o
mesmo está riscado exatamente por causa da trotinete.

Abordando aqueles que utilizam estas trotinetes verificamos que são parte do problema, em
vez de contribuírem para a solução, porque frequentemente as utilizam sem recurso ao
capacete e assim inviabilizam a sua própria segurança, bem como porque circulam a
velocidades demasiado significativas e não cumprem com as regras de circulação na via
pública, o código da estrada.

Concluindo, perspetivando a utilização de trotinetes elétricas de aluguer nas cidades como
instrumento de mobilidade sustentável, existem demasiados problemas que possam
compensar a sua utilização.

Percebemos que estas trotinetes são negativas para o seu utilizados, pois comprometem a sua
segurança, para a população em geral e principalmente a de mobilidade reduzida, devido ao
espaço que ocupam, para a própria cidade, fruto da sua má utilização.

Assim, uma aposta em mobilidade sustentável deve ser efetuada através da capacitação dos
transportes públicos, uma vez que um aumento do número de ligações e dos veículos em
circulação, associado à diminuição do custo de utilização, pode ser compensador para o
utente, para a cidade e para a empresa que adquira a concessão.

Diogo Fernandes Sousa

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