Opinião

Ainda Vale a Pena? – Sérgio Chaves

Ainda vale a pena acreditar num país como o nosso? Um lugar que faz tempo deixou de  reunir condições de se chamar sociedade, porque os seus individuos deixaram de se comportar e agir como tal, incluindo protestar e exercer o seu direito de voto. Acredito que somos um povo ligeiramente melhor, mas não muito melhor do que quem nos governa.

A Liberdade felizmente deu poder de escolha, e muitos seguiram e continuarão a seguir o seu caminho para lá das fronteiras. Percebe-se porquanto quem fica é quase sempre maltratado e tem no seu Estado o seu carrasco que o incentiva a bater as asas, ao invés dum pai à altura das dificuldades que atravessamos. Caminhamos para envelhecer cada vez mais e com menores condições para suportar esse facto. Estamos num lugar que felizmente não está em guerra mas cujos locais habitáveis, dadas as desigualdades cada vez maiores dentro do território, o encerramento de cada vez mais serviços em lugares periféricos e a situação financeira deplorável de diversos municípios, se assemelha à “limpeza” na Palestina. Já não é só o interior, mas também um conjunto de cidades que durante muito tempo tiveram dinâmica que se estão a esvaziar.

Não é tudo mau, este é o país onde o meu filho vai receber gratuitamente os manuais ecolares, duma escola ainda gratuita, este é o país onde dei por mim a pensar que se não tivessemos o serviço nacional de saúde que ainda temos (sublinho ainda), provavelmente já não tinha vários entes queridos e aí o Estado foi de E não grande mas enorme. Com isto não defendo que o Estado tenha de levar ao colo tudo e todos a toda a hora, mas é um facto que algo significativo vai ter de mudar, senão não ficará cá ninguém para rezar a história.

Mas este é também o país, no meio da anestesia geral chamada crise, onde as pessoas estão realmente preocupadas é com os seus empregos, as suas casas e as suas famílias, onde o negócio tem de continuar. O outrora Império encolhido a pequeno país que permite a adesão da Guiné Equatorial à CPLP. No negócio conta o negócio, e se há um conjunto de países a quem interessa, façam-no! Mas façam com um qualquer outro acordo de associação, não utilizando as instituições e os representantes da nação.

Respeite-se o pouco que resta da nossa civilização, e esses exemplos têm de vir de cima, senão não se espere que os cidadãos façam diferente.

Sérgio Chaves

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