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Apesar da decisão, Salreu mantém abertos canais de diálogo

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro decidiu, por sentença datada de 24 de Abril, dar razão a Salreu no processo judicial destinado a apurar quais os limites comuns às freguesias de Salreu e Canelas.
Com esta sentença, “Salreu recupera o território e a população que nos últimos anos se viram integrados na freguesia de Canelas, sem o seu consentimento e contra a sua vontade, o que tem causado constrangimentos e prejuízos para esta população e para a Junta de Freguesia de Salreu”.
O atual executivo da Junta de Freguesia de Salreu garante que, “como os anteriores sempre procurou o diálogo com a Junta de Freguesia de Canelas, antes e durante este processo, e sempre a Junta de Freguesia de Canelas manteve a recusa em discutir o que quer que seja, afirmando que não abdica de nenhuma parcela de terreno, nenhuma casa e nenhum cidadão residente a sul do rio Jardim (nomeadamente os lugares de Valdujo, Enxurreira, parte da Bandulha e Vale Grande), posição que continua a manter depois de ter perdido a acção em tribunal e para a qual pretende procurar provimento através de um recurso judicial”.
Durante quase 10 anos a Junta de Freguesia de Salreu, representada pelo advogado Marco Pereira, apresentou no Tribunal a sua posição e os seus meios de prova, mais de uma centena de documentos e várias testemunhas. A posição da Junta de Freguesia de Salreu considera que “sempre esteve melhor fundamentada no processo, com documentos em muito maior número e com mais peso. Tanto documentos mais recentes como outros mais antigos, caso da única demarcação conhecida entre as duas freguesias, um documento muito rigoroso de 1741, realizado de comum acordo entre ambas”.
Analisados os meios de prova de ambas as partes o Tribunal proferiu sentença, dando integralmente razão à posição de Salreu. Já depois desta sentença judicial, o presidente da Junta de Freguesia de Salreu, Manuel Almeida garante que que “procurou novamente dialogar com a Junta de Freguesia de Canelas, que mantém a recusa no diálogo, preferindo apresentar um recurso para discutir o tudo ou nada”.
A Junta de Freguesia de Salreu diz que preferiria que, “independentemente das divergências entre as partes, a situação fique resolvida de forma a satisfazer os legítimos interesses de ambas as populações”.