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As cores de Ovar na arte surda do “Professor Goulão”

Francisco Goulão, 71 anos, é surdo-mudo, foi professor de surdos durante mais de 30 e depois de se reformar tem-se dedicado a desenhar, surgindo o concelho de Ovar como grande fonte de inspiração.

Licenciado pela Universidade de Lisboa, foi docente no Instituto António Cândido-Porto, estabelecimento escolar especializado na área da surdez. Artista e homem de convicções fortes, Francisco utiliza a sua arte para dar largas à sua criatividade e forma à causa dos surdos e de todos os que nascem com menos oportunidades

O professor Goulão é um estudioso e crítico da LGP – Língua Gestual Portuguesa, e luta pela questão do bilinguismo para surdos, participando em conferências em outros países e escrevendo artigos em jornais e revistas.

Desde 1970 que é pintor e ilustrador de desenhos temáticos com língua gestual portuguesa e muito conhecido no mundo da internet por causa das histórias em banda desenhada com língua gestual portuguesa para crianças.

 

Como surgiu o gosto para o desenho? O desenho é da minha vocação por ser professor de educação visual e adorar desenhar os temas, as personalidades das pessoas que vivem na zona da Arte Xávega.

Que técnica prefere? A técnica e é de lápis a grafite, a cor é aguarela azul e outras.

O que o atrai em Ovar? Ovar é uma cidade com muita cultura e principalmente os azulejos que me atraem. Casei com uma cortegacense e apaixonei-me por esta terra. Tenho inúmeros trabalhos sobre Ovar e estou esperançado de os lançar.

Já expôs em Ovar? Não, sou amigo do professor Cleto, antigo director do museu de Ovar, e já fui apresentado por ele sobre o desenho que faço sobre Ovar durante uma exposição do Jorge Bacelar. Em Espinho, é uma das figuras mais carismáticas da cidade… Nasci em Lisboa mas a minha família originária é de Castelo Branco e formei me na faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Tenho residência em Espinho, mas actualmente vivo em Aveiro, numa segunda habitação mas continuo a ir a Espinho onde lancei o livro “Goulão desenha Espinho” que foi um grande êxito. Também já fiz as exposições no país e até fui entrevistado pela RTP em directo e também enviei os desenhos para jornais de região de Aveiro, Espinho, Aveiro e Angeja e outros…

Que projectos tem para o futuro? Há pouco tempo pedi à Câmara Municipal de Espinho para fazer uma segunda edição do livro “Goulão desenha Espinho” e não obtive resposta, com grande tristeza minha porque só se interessam para apoiar os pimbas da cultura e conhecidos da “cunha” e estão a destruir a cultura portuguesa.

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