A “pescaria” já aconteceu há vários dias e foi divulgada nas redes sociais por quem assistiu à passagem do raro espécime ou o viu ser transportado nas ruas da praia do Furadouro.
O peixe terá dado à costa já sem vida, pois capturar um atum à linha não é fácil e a sua captura com esta técnica é muito rara nas praias da nossa região. Aliás, a captura de atum-rabilho esteve protegida no Atlântico Leste e Mediterrâneo, através de um plano de recuperação que limitava fortemente a captura da espécie. Nos últimos anos, com a evolução positiva da população de atum-rabilho, o total admissível de capturas (TAC) cresceu e o plano de recuperação da espécie foi substituído por um plano de gestão.
O atum-rabilho é uma espécie pelágica migradora que passa ao largo da costa portuguesa, bem como pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, percorrendo todo o Atlântico Norte e o mar Mediterrâneo. Sendo raro na nossa costa, não se põe de parte a possibilidade de ter-se aproximado da costa atrás de alimento.
A espécie, tal como outros grandes migradores, tem a exploração regulamentada pela Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT), que, para além da fixação TAC, estabelece regras específicas de limitação de capacidade e medidas técnicas e de controlo.
Portugal tem atribuída uma quota anual de atum-rabilho, no oceano Atlântico Leste e Mediterrâneo, que corresponde a 2,97 % da quota da União Europeia.
Recorde-se que a pesca acessória é aquela realizada em grandes embarcações e que a pesca dirigida, em pequenas. As Regiões Autónomas são as únicas autorizadas no país a pescar atum-rabilho através desta pesca.