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Autarcas defendem desassoreamento da Ria com regulação dos caudais

Os presidentes das Câmaras de Ovar, Estarreja e Murtosa defenderam, na noite desta terça-feira, o desassoreamento da Ria de Aveiro complementado com uma intervenção na regulação dos caudais. Anunciando que estão unidos e não vão desistir enquanto não conseguirem, acreditando que é possível realizar este grande projecto regional, bastando que haja vontade política e visão estratégica.

Esta posição foi tornada pública, ontem à noite, durante uma mesa redonda sobre o tema “Turismo de Desenvolvimento Local: A Construção de Alianças Estratégicas”, organizada no âmbito do programa do dia mundial do Turismo, que este ano foi celebrado em conjunto pelos três municípios vizinhos.

A mesa redonda teve como convidada Marli Monteiro, Directora Executiva da ARTP Centro de Portugal, que destacou a Ria de Aveiro por se tratar de uma realidade extraordinária e um elemento comum aos três municípios, que se encontra, segundo ela, subvalorizada e subaproveitada. “Mas o que é que falta para ter o merecido destaque?”, questionou. “As linhas de identidade destes três territórios podem e devem ser unidas pela água (Ria)”, lembrando que “Green is good, Blue is better”. É preciso unir esforços e criar estratégias”.

Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, reafirmando que o turismo é uma aposta estratégica deste novo paradigma autárquico, gerador de riqueza e de promoção das economias locais, sublinhou que Ovar é um território com potencialidades imensas, mas “o destaque vai para a Ria que é a “liga preciosa” que nos une. No momento presente, a Ria de Aveiro é um problema: em baixa-mar, nas zonas extremas da Ria, não temos água. Desejamos a intervenção de desassoreamento da Ria de Aveiro, que já terá financiamento garantido, mas todos sabemos que, após a intervenção, nas áreas limite, como é o caso do Carregal, teremos maior amplitude de marés, mais erosão, mais invasão de terrenos agrícolas em preia-mar e menos condições de navegabilidade em baixa-mar.
Temos marinas e cais muito bonitos, mas não podemos perspectivar excelentes produtos turísticos se não tivermos um espelho de água constante”. Acrescentando que “essa é a razão pela qual defendemos que a operação de desassoreamento da Ria de Aveiro tem que ser complementada com uma intervenção de regulação de caudais. Será uma batalha, mas não vamos desistir enquanto não conseguirmos a regulação de caudais. Olhamos para a Ria com um sentimento de pertença. O futuro de Ovar passa pela Ria. Pretendemos devolver a Ria a Ovar e à região”.

Corroborando, as declarações de Salvador Malheiro, de forma particular a imperiosa necessidade de regulação dos caudais nos principais canais da nossa Ria, o presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Joaquim Baptista, recordou que “o Polis Ria de Aveiro, foi o primeiro pensamento estratégico sobre a Ria de Aveiro, na ótica da sua promoção territorial. Infelizmente o que foi concretizado foi um conjunto de obras simpáticas, mas desgarradas, porque as principais intervenções, que iriam unir estas obras, ainda estão por realizar”. O autarca foi ainda mais longe, criticando que “há um conjunto de vicissitudes, nomeadamente a carga administrativo-jurídica sobre os nossos territórios, que nos obriga a uma magistratura de mendicidade, exercida junto da administração central, onde andamos constantemente de mão estendida, à espera que alguém compreenda os nossos desígnios estratégicos e nos permita concretizar os muitos projetos que ambicionamos. Referiu ainda que esta realidade só poderá ter uma alteração positiva e substancial com uma verdadeira delegação de competências que confira à Região da Ria autonomia administrativa e financeira sobre o território que, assumidamente, consideramos como diferenciador.

Sobre a realização conjunta de um programa para o Dia Mundial do Turismo, Diamantino Sabina, presidente da Câmara Municipal de Estarreja, revelou que “ é muito pouco o que nos separa. São apenas alguns quilómetros de distância e temos como denominador comum: a Ria de Aveiro”. Não esquecendo o atual problema da Ria, o edil de Estarreja referiu a implementação de projetos no seu território que visam potenciar a Ria, como o BioRia e o BioRace.

“E como o tempo do orgulhosamente sós já acabou”, os três autarcas mostraram-se satisfeitos com esta parceria, que resultou numa profícua partilha de experiências, união de esforços e comunhão de opiniões, garantindo novas parcerias e sinergias no futuro.

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