Local

Vitorino & Dois Pianos no Centro de Arte

A carreira de Vitorino tem praticamente a idade da nossa democracia: conheceu José Afonso nos anos 60, em França, onde se autoexilou, e participou em 1974 no célebre “Encontro da Canção Portuguesa”, no Coliseu dos Recreios, onde as novas vozes se levantaram contra a velha senhora. Estreou-se em single pouco depois. O mítico “Semear Salsa ao Reguinho”, álbum de “Menina estás à Janela”, surgiu um ano depois e a vida deste cantor vindo do Redondo, no Alentejo, nunca mais foi a mesma.

Vitorino gravou muitos discos, foi parceiro, cúmplice, companheiro e aliado de gente como Fausto ou Sérgio Godinho, participou em aventuras coletivas como Rio Grande, dividiu discos com músicos de Cuba e gente erudita como o Opus Ensemble, soube viajar pela música sem nunca perder o seu norte.

Ou talvez seja melhor dizer o seu sul, que o Alentejo está irremediavelmente ligado ao seu canto. Gravou tangos, gravou rock, gravou tudo o que a sua voz quis gravar, sempre com entrega desmesurada que se traduziu em aplausos da crítica e do público, dos seus próprios companheiros.

Agora, leva estes quarenta e tal anos de canções ao encontro de dois pianos, o de João Paulo Esteves da Silva, que tão bem conhece – o pianista foi parte importante, por exemplo, do clássico “Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada” em que Vitorino cantou António Lobo Antunes – e o de Filipe Raposo, jovem pianista que soube aproximar-se de outras vozes da revolução trabalhando com Sérgio Godinho, Fausto ou José Mário Branco e que, obviamente, conhece bem Vitorino, com quem também já se cruzou.

Será, por tudo isso e certamente, um momento inesquecível, este que se anuncia esta noite no Centro de Arte de Ovar.

Vitorino – Voz
Filipe Raposo – Piano
João Paulo Esteves da Silva – Piano
Centro de Arte de Ovar
01.06.2018 | 22h00 |

Deixe um comentário

https://casino-portugal-pt.com/
Botão Voltar ao Topo