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O que é a operação “Jogo Duplo”?

A Polícia Judiciária deteve seis pessoas e constituiu outros oito arguidos por suspeitas de associação criminosa, corrupção activa e corrupção passiva, no âmbito da ‘lei da corrupção desportiva’. Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a PJ adianta que esta investigação surge no seguimento da primeira fase da operação ‘Jogo duplo’, na qual, em maio de 2016, foram detidas 15 pessoas e realizadas 31 buscas.

‘Jogo duplo’

O que é? A operação ´Jogo Duplo` tem como objecto o fenómeno da corrupção no desporto como instrumento do ‘match fixing’ (viciação de resultados) de competições oficiais de futebol.

Onde decorre? A investigação decorre há cerca de um ano. Esta quarta-feira, 29 de março, começaram os interrogatórios para aplicação das medidas de coação dos detidos da segunda fase da operação, no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça.

Quem são os arguidos? A primeira fase da investigação resultou na detenção de 15 pessoas, entre eles quatro futebolistas que militavam no Oriental em 2015/2016 (João Pedro, André Almeida, Rafael Veloso e Diego Tavares), outros tantos da Oliveirense (Luís Martins, Pedro Oliveira, Ansumane e Hélder Godinho) e mais dois que alinharam na equipa de Oliveira de Azeméis em 2015/2016 (Moedas e João Carela). Entre os detidos estavam o presidente da SAD do Leixões, Carlos Oliveira, e o director desportivo, Nuno Silva, o ex-futebolista Rui Dolores. ‘Aranha’ e Custódio, dois elementos associados aos Super Dragões, claque do FC Porto.

Nesta segunda fase, a PJ deteve seis pessoas e constituiu outros oito arguidos. Entre os detidos desta segunda-fase estão três jogadores do Oriental, um do Penafiel e outro do Académico de Viseu. Um elemento afeto a claque Super Dragões também foi detido. Outras cinco pessoas com ligações ao negócio das apostas desportivas, foram constituídas arguidas, de acordo com a agência Lusa.

Quais são as acusações? Os arguidos são acusados de crimes de “corrupção passiva e ativa na atividade desportiva”, envolvendo como suspeitos “dirigentes e jogadores de futebol” e outras com “ligações ao negócio das apostas desportivas”, de acordo com a Procuradoria-geral da República.

Que tipos de crimes cometeram? Os arguidos são acusados de manipulação de resultados de jogos da II Liga de Futebol. As ações investigadas dizem respeito sobretudo à época 2014/15, mas também à temporada 2015/16. Os arguidos são acusados ainda de estarem envolvidos com uma rede asiática de viciação de resultados, nomeadamente com ligações a empresários malaios.

Investigação: O inquérito está a ser dirigido pelo Ministério Público, na 9.ª Secção do DIAP de Lisboa. A investigação está a cargo da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ. Conta ainda com a colaboração da EUROPOL, de entidades estrangeiras de monitorização de jogos, além da cooperação com a Federação Portuguesa de Futebol. Nesta investigação a Polícia Judiciária efectuou 16 buscas domiciliárias em diversas localidades, nomeadamente Lisboa, Vila Franca de Xira, Ovar, Gaia, Porto, Fátima, Sesimbra, Loures, Santa Maria da Feira, Sanfins e Ermesinde e apreendeu diverso material relacionado com a prática da actividade criminosa.

FPF: Em comunicado divulgado no site oficial, a Federação Portuguesa de Futebol informa que “acompanha de forma regular e conhecedora o trabalho da UNCC”, e “reafirma que Portugal não pode ser terreno fértil para comportamentos e ações criminosas associadas ao futebol”, pelo que “continuará a trabalhar, no limite das suas competências, para um futebol mais limpo e digno de um país Campeão Europeu”. (*com Sapo Desporto)

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