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Política

Criação do lugar de Diretor Municipal avança apesar do protesto geral

A criação do lugar do Diretor Municipal vai mesmo avançar apesar do coro de reprovação ouvido em Ovar, na Assembleia Municipal. Todos os deputados da oposição votaram contra a proposta apresentada pelo executivo agora liderado pelo social-democrata Domingos Silva.

O autarca defende que esta “é a que entendemos ser a melhor estrutura para os serviços municipais e consequente alteração ao mapa de pessoal”.

Acusado de estar a promover um concurso que apenas vai dar “job a um boy”, o júri seria composto pelo próprio presidente da Câmara, presidente da Assembleia Municipal, Braga da Cruz, e José Eduardo Matos, social-democrata com funções executivas na CIRA, todos afetos aos PSD. Depois de duramente criticado, “vamos reconfirmar o júri sem eleitos locais, conforme sugestão da CCDR-C”, informou o presidente.

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“Vamos levar ao executivo um novo júri, com três pessoas externas à Câmara Municipal”, confirmando que “há-de ser nomeada uma pessoa no decurso de um concurso público com contratação em comissão de serviço”.

Para Domingos Silva, a teoria de ‘Jobs for the Boys’ não colhe. “Esqueçam que isto é para os amigos. As pessoas que estiverem dentro dos trâmites da lei podem concorrer e o júri pode escolher … ou não. Estamos a ser totalmente transparentes”.

Os deputados com assento no órgão deliberativo têm outra opinião e garantem já saber para quem é o lugar, mas não adiantam nomes. Aliás, mesmo dentro da bancada da maioria “laranja”, que viabilizou a proposta, o assunto é criticado em segredo.

O deputado socialista, David Oliveira lamenta que o município vareiro se torne no primeiro da região e no mais pequeno a ter um diretor municipal que, a ser nomeado, deverá receber cerca de 5 mil Euros por mês e “será o mais caro do país, dado o ratio populacional”. Outro socialista, Frederico Lemos, criticou as justificações do presidente: “Dizer que a ideia é do Salvador Malheiro é mau, o senhor tem que dizer se concorda ou não. Agora vir dizer isso? Mas é a renúncia do anterior presidente que está na origem desta decisão, e que os vereadores não servem…”

O comunista Paulo Pereira tocou na mesma ferida: “Concordo que é preciso não um mas três diretores municipais, mas aí demitam os vereadores que não estão aqui a fazer nada. E estou a falar a sério”.

Fernando Almeida, independente, também alinhou na mesma ideia: “Ovar não tem dimensão para ter um cargo destes, ou então assumam que não têm capacidade para gerir esta câmara e demitam-se”. “Depois de termos questionado o júri, agora têm um júri ferido de morte. Francamente, é tudo tão mau, do ponto de vista moral e ético que ainda espero que desistam desta ideia”, concluiu, ameaçando avançar todos os nomes de assessores e outros que são “boys” em cargos municipais.

 

 

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