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Cruz Vermelha teve de alojar três pessoas no parque de campismo

A equipa de Acção Social da Cruz Vermelha de Ovar está preocupada com as dificuldades de alojamento que enfrenta para abrigar todas as pessoas que lhe batem à porta a solicitar ajuda.

A última situação, relacionada com três adultos, acabou por ser solucionada com auxílio do Parque de Campismo do Furadouro que, não só abriu as suas portas para abrigar estas pessoas, como proporcionou um desconto que possibilitou à Cruz Vermelha de Ovar custear o alojamento provisório.

As técnicas da Cruz Vermelha de Ovar, Susana Guerreiro e Paula Ferreira, lamentam que sejam mais as portas que se fecham do que as que se abrem para fazer face aos problemas de alojamento que enfrentam praticamente todos os dias e que, ao contrário do que se possa pensar, não tem que ver com o actal cenário pandémico. “Não há habitação social disponível em Ovar, não há apartamentos para arrendamento e chegam a pedir 350 Euros por um simples quarto, quando aparece um”. Por outro lado, “as estruturas hoteleiras que existem exigem fiadores para alojar estas pessoas, o que, como se compreende, nestes casos é quase impossível”.

A Cruz Vermelha é chamada a prestar auxílio a casos que solicitam Rendimento Social de Inserção, medida de protecção social criada para apoiar as pessoas ou famílias que se encontrem em situação de grave carência económica e em risco de exclusão social. Normalmente, direcciona os pedidos de ajuda à Câmara Municipal que, por seu lado, os reencaminha para os serviços da Segurança Social que, por exemplo, num dos últimos casos, “nos indicou um quarto em… Águeda”. “Ora, era praticamente impossível para estas famílias, com parcos recursos, irem para Águeda”.

Resolvida provisoriamente a situação do referido agregado, do centro da cidade, constituído por três pessoas, mais casos se afloram no horizonte. “Temos mais dois casos de pessoas que serão despejadas em breve e não temos resposta, nem solução”.

Mas não é só este tipo de casos que preocupa o dia a dia de quem trabalha na Cruz Vermelha de Ovar. “Todos os dias recebemos queixas de famílias, com crianças pequenas, a viver em casas onde chove tanto dentro como fora”. Na Marinha, por exemplo, “temos duas famílias nesas condições, a viver em casas onde chove, com telhados degradados e instalações eléctricas danificadas”.
Isto, lamentam, “enquanto na cidade, há casas vazias, onde não se intervém nem se deixa intervir. Mas não é de hoje, este problema de falta de habitação social no concelho de Ovar vem de trás”, ressalvam.

O drama de quem as procura transforma-se na preocupação e no alerta das técnicas. “Sozinhas não conseguimos, e só com os donativos de pessoas individuais ou empresas conseguimos dar resposta às solicitações mais urgentes e continuar com a nossa missão”.

O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, questionado sobre o tema da habitação social, lembrou a construção do conjunto habitacional da Boa Esperança, de raiz, a intervenção em duas fases no conjunto habitacional do Furadouro e o investimento no Bairro do SAAL”. “Tudo promessas e necessidades extremas para quem mais precisa”, disse na última Assembleia Municipal. Por outro lado, lembrou que que tem “implementado uma série de medidas de apoio ao arrendamento e apoiado muitos agregados no que respeita ao arrendamento”. Recordou ainda a aquisição do edifício das Luzes e de um outro na avenida D. Maria II que vão ser usados para fins de habitação a custos controlados, para pessoas mais carenciadas. Está no nosso plano de acção e com novidades para breve”, prometeu.

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