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Desportos digitais: a evolução natural numa época digital

Seja ao ar livre ou dentro de um pavilhão, para a saúde o que interessa é que seja praticado algum tipo de desporto. Normalmente, os desportos em grupo ganham a preferência, pois ajudam a desenvolver um sentimento de pertença e ensinam a trabalhar em equipa.

O que não é tão encorajado são os jogos digitais. Ou será que não é bem assim? Os desportos digitais começam a ganhar terreno e a ser encarados como outro desporto qualquer, mas estes exigem mais prática mental.

Se pensa que apenas os jogos como o xadrez e as damas são considerados desportos intelectuais, engana-se: hoje em dia começamos a abrir o leque para outros desportos da mente. Jogar poker, através do ecrã em uma aplicação, é actividade cada vez mais comum. Tendo em conta o esforço mental associado e os torneios mundiais que são organizados em redor deste desporto, não é de admirar que existam equipas profissionais com atletas da mente a estar 100% dedicados a essa prática.

E, além do poker, os games tornam-se objecto de torneios cada vez mais organizados e com profissionais altamente treinados. O facto de não ser necessário estar no mesmo espaço físico que o nosso adversário ou colega de equipa, não significa que não haja interacção ou espírito de equipa.

Se na década de 70, com o aparecimento da jogos arcade, era necessário partilhar os comandos com o nosso adversário para o conseguirmos vencer, hoje em dia através de consolas ou computadores ligados à Internet, podemos competir com alguém no Japão ou formar alianças com um jogador no México.

Quem pensa que jogar jogos como League of Legends ou Counter Strike é brincadeira, que se desengane. Estes tipos de jogos multiplayer e de first-person shooter há muito que deixaram de ser puro entretenimento.

Os jogadores destes jogos melhoram as suas capacidades técnicas todos os dias, procurando adversários online que desafiem as suas capacidades e, consequentemente, que os façam evoluir como jogadores. Para estas pessoas, o acto de jogar vai muito além do lazer. Passam horas a treinar, demonstrando todo o esforço, dedicação e empenho que sentem por esta modalidade.

Surge assim um novo termo e uma nova modalidade desportiva: os “e-sports” (electronic sports). Os “e-sports” designam o jogo competitivo e profissionalmente organizado. E é precisamente o factor competição e a possibilidade de se poder desenvolver uma carreira em torno destes jogos que faz com que os “e-sports” ganhem cada vez mais terreno.

Claro que a definição de desporto não é facilmente aceite por todos, principalmente quando vêem os jovens a passar tantas horas em frente a um computador “sozinhos”. Portugal já abraça esta modalidade desportiva, mas ainda com alguma cautela. Existem já algumas organizações de “e-sports”, como a League of Legends Portugal ou a Fraglíder. No entanto, a grande novidade chegou no ano passado.

O Sporting Clube de Portugal é o primeiro clube de futebol português a juntar-se ao universo dos e-sports. A equipa é composta pelos atletas João Henriques, Rafael Nunes e Francisco “Quinzas” Cruz, um dos melhores jogadores de FIFA do mundo. O Sporting junta-se a outros clubes como o Schalke 04, West Ham, Valencia ou o Manchester City.

Cada vez mais surgem plataformas online de divulgação de notícias e informações do mundo dos e-sports. A RTP Arena é uma destas plataformas. E estão sempre a surgir novos eventos e campeonatos, como o 4Gamers que chegou este ano a Portugal, o Allianz Challenge, a Superliga e o Predator Go4Overwatch Ibérica.

Com estas novidades e com o aumento de eventos para jogadores profissionais e amadores, não há de tardar muito a que os e-sports sejam vistos por todos como uma modalidade desportiva de grande relevo nacional.

Foto: Wikimedia

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