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Dinocrato Formigal deixa direcção dos Bombeiros no final do mandato

Há 34 anos na direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar, 14 dos quais na presidência da direcção, este será o último mandato de Dinocrato Formigal.

“Tem que ser e não há que ter medo, pois também eu substituí alguém insubstituível, como era o senhor António Coentro de Pinho, após o seu falecimento”.
Em jeito de balanço incluido no 118.º aniversário da corporação ovarense, Dinocrato Formigal tem a consciência de que “fizemos muito, mas é claro que podíamos ter feito mais, mas o que eu digo é que o concelho de Ovar pode gabar-se de ter, no conjunto dos bombeiros de Ovar e de Esmoriz, um exemplo de eficiência de equipamento”.

Ele pensa que chegou o tempo de dar o lugar aos novos. Nesta última direcção, já foi incluindo alguns elementos novos para ir preparando a sucessão, “mas essas pessoas deixaram de ter disponibilidade e tivemos que ir buscar outras para as substituir”. “Um deles é o Henrique Gomes a quem lancei o desafio, ele aceitou e já estamos a delegar muitos dos nossos assuntos”.

Dinocrato promete tudo fazer para acabar o mandato, “a partir de agora eu estarei ao lado dele, mas ele terá que começar a assumir”.
O andar dos anos fez nele crescer outra convicção que diz e repete: “Cuidado quando se pensa que qualquer um pode gerir os destinos de uma corporação de bombeiros”, avisando que “hoje, já não chega a tradicional carolice, é preciso muito mais”. Ao Henrique promete, pois, transmitir, “incondicionalmente, tudo o que sei e quando for embora as pessoas vão poder reconhecer que, pelo menos, tive o cuidado de deixar alguém no meu lugar”.

“Porque não aparece ninguém”, frisa. Porque, para ele, “aconteça o que acontecer, chegou o fim. É natural que na actual direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar haja elementos com condições para continuar, e eu posso, hipoteticamente ficar numa assembleia geral para ajudar se precisarem de mim”. O presidente vai mais longe: “Se repararmos na intensa legislação que tem saído neste sector, toda ela aponta para uma necessária profissionalização que só não se concretiza porque o Estado não pode assumir essa despesa, nesta altura”.

Neste sentido, vinca, “é claro que eu nunca me permiti ser um presidente remunerado, mas nos dias de hoje, em que é preciso uma pessoa a 100 por cento nesta casa, tem que ser paga, ou então as corporações vão ter muita dificuldade em encontrar alguém com formação de gestão para as gerir”. Nunca o quis para si, mas garante que se vai bater para que no futuro assim seja. “Não creio que todos os elementos da actual direcção sejam da minha opinião, mas é assim que eu penso”. Disponibilidade e boa vontade já não chegam.

O nosso orçamento é suportado pelo Estado, através da Autoridade Municipal da Protecção Civil, Câmara Municipal e INEM, o que equivale a cerca de 70 por cento no nosso caso e a média geral anda nestes valores. E o resto, onde se vai buscar? É difícil.

As cerimónia do 118.º decorreram ontem com a inauguração de uma viatura VECI e um barco, um desfile pela cidade e a habitual sessão solene no quartel vareiro. (Fotos : Hugo Monteiro)

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