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Esmoriz: Bombeiros vão ampliar quartel para incluir mulheres no corpo activo

Os Bombeiros Voluntários de Esmoriz são “uma das poucas” corporações do país que não têm corpo feminino e anunciaram hoje que vão aplicar 242 mil euros na ampliação do quartel para poderem acomodar as primeiras mulheres do seu activo.

O presidente da Associação Humanitária dessa corporação de Ovar, João Oliveira, explicou que a obra estava em projeto há vários anos, mas foi inicialmente rejeitada nas candidaturas a financiamento comunitário, o que só ficou resolvido à segunda tentativa, quando o programa Portugal 2020 lhe atribuiu uma comparticipação de 85%.

“Somos das poucas corporações do país que ainda não têm mulheres no corpo ativo e já nos acusaram de que era por machismo ou discriminação, mas isso é totalmente mentira, até porque já há aqui senhoras a receberem formação para serem bombeiras”, garantiu João Oliveira.

“O que se passava é que simplesmente não tínhamos condições para acolher mulheres em camaratas e balneários separados dos masculinos e, enquanto não arranjássemos dinheiro para fazer obras no quartel, a mudança não podia avançar”, esclareceu.

O custo de 242 mil euros da ampliação é o que está estipulado como limite máximo no concurso público já a decorrer para adjudicação da empreitada, pelo que o valor final pode vir a ser menor.

Em todo o caso, para além dos 85% atribuídos pelo Portugal 2020, os restantes 15% serão assegurados pela Câmara Municipal de Ovar, que já formalizou esse compromisso com a Associação Humanitária.

Prevendo que a obra possa arrancar até meados do verão, João Oliveira adianta que os trabalhos irão consistir na readaptação do quartel atual, que tem cerca de 25 anos de existência.

“O edifício foi construído de raiz, mas nessa altura não havia corpos femininos, portanto o projeto não foi feito a pensar nisso. Agora vamos ter que tirar o telhado que está por cima da parte administrativa e, em vez de o edifício ficar só com rés-do-chão e primeiro piso, vai passar a ter também um segundo andar, para as áreas femininas”, revelou.

O quartel acolhe atualmente 86 bombeiros e cerca de 35 outros elementos da corporação, entre os quais administrativos, nadadores-salvadores e músicos da fanfarra, e a nova empreitada irá acrescentar ao imóvel mais 400 metros quadrados, reservados quase exclusivamente para camaratas e balneários femininos.

Nesta fase, a corporação tem em formação apenas cinco mulheres, com idades que entre os 25 e os 40 anos, mas as camaratas a construir “vão ter capacidade para acolher mais de 20 bombeiras ao mesmo tempo, já a pensar no futuro”.

O prazo estipulado em Diário da República para conclusão da empreitada é de 12 meses, mas a expectativa de João Oliveira é que as obras possam terminar até abril de 2018, para que as novas instalações sejam devidamente equipadas a tempo da sua inauguração em maio, por altura do 87.º aniversário da corporação.

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