Cultura

Filme sobre as invasões francesas em rodagem na Arrifana

Por iniciativa do Município de Santa Maria da Feira e com o envolvimento da Junta de Freguesia de Arrifana, está a ser rodado nesta vila um filme histórico sobre as invasões francesas.

Com produção da SCAPE e direcção de actores de Carlos Reis, as filmagens decorrem na casa senhorial da Família Amorim, no Largo da Guerra Peninsular, em Arrifana, com cenários da época e a participação de habitantes da vila, entre os quais alguns elementos da própria Família Amorim.

Participam igualmente crianças do Jardim de Infância de Manhouce.

Além de dar a conhecer os episódios históricos, o objectivo é dar a conhecer como a freguesia se viu envolvida nestes acontecimentos.

O desembargador Domingos Marques Soares, natural de Arrifana, foi assassinado numa das ruas do Porto no dia 29 de março de 1809. Barbosa Cunha reúne o povo a rebate dos sinos e informa que o tio paterno tinha sido morto pelos franceses, originando a vingança das suas milícias, que emboscaram as tropas napoleónicas em Santiago de Riba-Ul e assassinaram Lameth.

A recriação recupera a tragédia dos chamados “Quintados”. Dando cumprimento às ordens do marechal Soult, o general Thomières fez uma investida sobre Arrifana, exigindo que os assassinos fossem entregues para serem fuzilados e os respetivos cadáveres expostos.

Perante o cerco do exército francês, a população procurou refúgio no interior da igreja, que acabou por revelar-se uma ratoeira – os franceses obrigaram todos os homens válidos a saírem do templo, selecionando em seguida um em cada cinco para serem fuzilados no Campo da Buciqueira.

Nesses diferentes momentos da recriação vão ser utilizados 600 trajes, 60 chapéus, 40 réplicas de armas e 150 alfaias agrícolas em moldes típicos do início do século XIX. Desse guarda-roupa, Roberto Carlos Reis realçou que 40 fardas, chapéus e armas são peças originais da época recriada.

Os diferentes momentos da recriação têm por base o mesmo contexto histórico: durante a segunda invasão do Porto pelos franceses, no âmbito da Guerra Peninsular, o tenente-coronel Lameth, particularmente prestigiado entre as tropas de Napoleão, foi morto em Santiago de Riba-Ul numa emboscada liderada por Bernardo Barbosa Cunha, natural de Arrifana.

Foi em retaliação a esse ataque que o marechal Nicolas Soult – tio de Lameth – deu ordem às suas tropas para rumarem a Arrifana, onde, em 17 de abril de 1809, sob o comando do general Jean Guillaume Thomières, assassinaram 71 pessoas, entre as quais 62 arrifanenses que procuraram refúgio na igreja local.

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