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Grupos da Aldeia do Carnaval começam a pagar conta de electricidade

O designado Serviço de Carnaval de Ovar informou, ainda em Agosto, os grupos de carnaval e escolas de samba, instaladas na Aldeia do Carnaval, da necessidade de contratação de fornecimento de energia eléctrica. Isto, porque na sequência da certificação da instalação eléctrica na aldeia, cada grupo e escola terá de ter um contador e pagar a sua própria conta de luz.

O corte, que começou a ser efectuado a partir do dia 7 de Setembro, representa uma alteração importante nas contas dos foliões, habituados, desde sempre, a não ter que se preocupar com as contas de água ou da electricidade.

Como seria de esperar, a notícia não caiu bem no seio de todos os grupos de Carnaval. José António Rodrigues, delegado dos Pindéricus, por exemplo, relata que o seu grupo recebeu a informação com “desagrado”, apesar de estarem “conscientes de que era uma questão de tempo, pois quando aceitamos vir para a aldeia foi-nos dito que iríamos suportar este custo”.

Assim, em contas feitas por alto, “vão ser mais ou menos mil euros ao ano que vão ter que entrar no orçamento de despesas”.

Os Pindéricus prometem pagar a conta da luz, mas consideram que, atendendo ao valor do subsídio que a Câmara Municipal de Ovar atribui e à ausência de outros apoios, no final de contas, será “a qualidade do Carnaval de Ovar que vai sair a perder”.

Esta tomada de posição da Câmara Municipal também não agrada aos Garimpeiros, que foram dos mais interventivos na reunião em que a notícia foi dada. “Estamos conscientes de que não podemos ser favorecidos em relação a outras colectividades, mas pelo menos as outras colectividades têm mais-valias em relação ao trabalho por elas realizadas”, defende Renato Oliveira, delegado dos Garimpeiros.

Para minimizar os impactos da decisão, os Garimpeiros sugeriram que “a Câmara suportasse o valor da energia durante os trabalhos de Carnaval”. Ou seja, a partir do momento em que o grupo tivesse maquete aprovada e demonstrasse que estava já em preparativos com vista ao carnaval, a Câmara começava a pagar, deixando de o fazer quinze dias depois do fim do Carnaval. “Assim, era o correcto”, defendeu.

“Como é óbvio, não tivemos qualquer hipótese na discussão, pois há  grupos que acharam normal a tomada de posição camarária”, descreve Renato Oliveira. Agora, para arcar com esta nova despesa, os Garimpeiros dizem que “os grupos vão ter de fazer realmente as “famosas” festas…”

Por outro lado, a questão de pagar conta de luz não é novidade para os Xaxas pois o grupo sempre teve sedes próprias e habituou-se a pagar a luz e a água. “Já íamos preparados quando nos mudamos para a Aldeia”, adianta Carlos Andrade.
Para os Xaxas, o maior problema nem será esse, mas antes “a falta de potência da rede”, pois a Câmara Municipal de Ovar não terá acautelado a situação e as ligações estão a ser feitas apenas em monofásico, porque a rede não tem potência para trifásico. “Isto sim vai ser um problema…”, alerta Carlos Andrade.

Pedro Maia, presidente da direcção da escola de samba Costa de Prata, tem uma visão parecida: “Essa possibilidade nunca nos preocupou, pois ao contrário de muitos grupos, nós sempre tivemos de procurar locais para trabalhar, quer em maquetes, quer em carros alegóricos, onde sempre pagamos luz e água”.

Alexandre Rosas, vereador da Câmara Municipal de Ovar, diz que este é um projecto existente ao qual “tivemos que dar continuidade”. Muito embora tenha chegado a haver um estudo que apontava para valores médios, o autarca não viu resistência dos grupos e escolas de samba à medida e “também ninguém sabe ao certo quanto vai custar a mensalidade”.

Depreende-se facilmente que o valor da factura deverá subir em flecha nos meses que antecedem os corsos, pois aí se concentra a maior actividade na Aldeia e se os subsídios não costumam chegar para as fantasias, adivinham-se mais dores de cabeça para os foliões…
“Vamos estar atentos”, promete Rosas, alertando, contudo, que “as associações em que os grupos se constituíram possibilita a incursão por actividades alternativas de rendimento”.

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