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Homenagem póstuma no lançamento de “Um Princípio de Existência”

 

António Magalhães nbão viveu o suficiente para ver o auditório das instalações de Ovar da União das Freguesias (UFO) encher para assistir ao lançamento do livro que escreveu anmtes de falecer em fevereiro último, vítima de cancro.
Amigo pessoal do autor, o jornalista Dinis Amaral testemunhou “a luta tremenda” que ele travou com a doença. Dinis continuou a visitá-lo como sempre fez, mas verificou que o António tinha começado a usar as redes sociais para comunicar.

“Um dia, confidenciou-me que estava a escrever um livro com base nos pensamentos que ia publicando durante os tratamentos e que gostaria de vê-lo publicado”.
Muito embora soubesse que António podia não viver o tempo suficiente para ver a obra publicada, Dinis Amaral foi desenvolvendo o projecto o mais depressa que lhe foi possível, sempre com a supervisão do autor.
Supervisão que se manteve até ao fim, “com excepção apenas das últimas 4 linhas que ele já não conseguiu ver”.

Numa sessão com momentos de muita emoção, Dinis agradeceu à viúva, Isabel, ao irmão, Porfírio, e a toda “a família que acreditou que era possível tornar real este sonho” do seu ente querido. “A Bruno Oliveira e à União das Freguesias de Ovar também agradeço, porque desde a primeira hora que os contactei, me disseram que sim”, sublinhou.

O lançamento do livro “Um princípio de existência” integrou as comemorações dos 40 Anos do 25 de Abril da União da Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã, pelo que o presidente da autarquia, Bruno Oliveira frisou a importância de “que este dia se mantenha vivo em cada um de nós”. E referindo-se ao autor do livro, falecido em fevereiro último, lembrou que “é fundamental lembrar Abril e manter a esperança. Era o desejo de António Magalhães”.
José Fragateiro, presidente da Assembleia de Freguesia da UFO, teve oportunidade de o conhecer pessoalmente. “Encontramo-nos diversas vezes e trocamos muitas ideias sobre a política, a vida autárquica e como ia evoluindo o nosso Portugal”.

O histórico socialista nunca constatou que António fumasse tanto – “soube depois que fumava 3 maços por dia”. “O exemplo dele, em abril, tem que nos dar esperança”, sublinhando que “em Portugal temos que conseguir ultrapassar este momento difícil”.
Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Ovar, “este é mais um momento de abril que traz um testemunho de um de nós – e que continua a sê-lo, agora perpetuado com esta obra”. Domingos Silva não partilhou muito momentos com o autor, “mas os que vivi apercebi-me da sua coragem e esperança no futuro. Um exemplo de luta que deve perdurar e que nos deixou esta grande mensagem”.

Porfírio Magalhães não teve dúvidas de que o “António se pudesse estar aqui estaria a viver um dos momentos mais felizes da sua vida” e agradeceu ao Dinis o “altruísmo que não julgava que ainda existisse, pois sem ele este livro não seria possível”.

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