Opinião

Memórias do passado, lições para o futuro – Emanuel Bandeira

É interessante (e útil) espreitar as memórias do passado e delas retirar lições para o futuro. Preparado?

Eram três da tarde do dia 23 de Julho de 1966. Milhares de pessoas assistem aos quartos-de-final do Campeonato do Mundo de Futebol. De um lado, Portugal, a equipa que nunca tinha ido a um Campeonato da Europa, muito menos a um Campeonato do Mundo. Do outro lado, a Coreia do Norte, que tinha derrotado a toda-poderosa e duas vezes campeã do mundo Itália.

Aos 25 minutos de jogo, já Portugal perdia por três bolas a zero. Nessa altura, já ninguém acreditava na vitória. Ou melhor, quase ninguém…
Eis que, contra tudo e contra todos, um jovem de apenas 24 anos começa a fazer história. O seu nome? Eusébio. De rajada, marca quatro golos, está na origem do quinto, e fixa o resultado final em 5-3. Do nada, o jovem Eusébio transformou uma derrota certa numa vitória épica!

Quase meio século depois, que lições há a retirar desta memória do passado?
Hoje ainda há quem pense que os jovens são inexperientes. No entanto, veja-se que numa das mais impressionantes reviravoltas da história foi uma equipa com jovens e com pouca experiência, a surpreender toda a gente e conseguir o impensável!

Mais: hoje em dia, ainda há quem duvide que os jovens estão à altura dos desafios. Mas o exemplo do jovem Eusébio prova ao mundo que, apesar da desconfiança e das críticas, mesmo um simples jovem pode fazer uma enorme diferença!

Eusébio e o jogo de ’66 são assim uma boa demonstração daquilo que os jovens têm de melhor. Se dúvidas restassem, bastava recordar o momento em que, com o jogo empatado a três golos, o jovem Eusébio recebe a bola ainda atrás do seu meio campo, corre mais de 60 metros perseguido por adversários, é pontapeado não uma, mas várias vezes, e não desarma, não treme, não desiste e consegue o penalty que ditaria a reviravolta no marcador. É este o valor e a força que os jovens têm!

Esta capacidade de superar os desafios e fazer a diferença – do jovem Eusébio mas que pode ser vista nos jovens de hoje – comprova que nada é impedimento, se houver vontade e talento. Quem duvida desta realidade esquece-se de uma simples verdade: que se não se mede o valor de um homem pela altura do seu corpo, também – acrescento eu – não se mede o valor de um jovem pela data do seu nascimento. Eusébio prova que a experiência não é o mais importante. Que a idade não é o mais importante. E, certamente, a altura não é o mais importante. Importante mesmo, é a capacidade de encarar os desafios e estar à sua altura.

Conclusão: mesmo se o jogo parece irremediavelmente perdido, quando há vontade e talento, não é a idade que faz a diferença. Mas um jovem pode fazer a diferença…

Emanuel Bandeira
Licenciado em Direito
[email protected]

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